04.06.2013 Views

cultura do consumo, identidade e pós-modernidade - Unigranrio

cultura do consumo, identidade e pós-modernidade - Unigranrio

cultura do consumo, identidade e pós-modernidade - Unigranrio

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Fator que contribui e demonstra o mecanismo de envolvimento <strong>do</strong> público com os<br />

produtos <strong>cultura</strong>is, favorecen<strong>do</strong> a difusão <strong>do</strong>s estilos de vida, é a presença, nas telenovelas e<br />

outras programações midiáticas, de características que já fazem parte da <strong>cultura</strong> <strong>do</strong>s<br />

especta<strong>do</strong>res. Hall (1980) analisa o impacto da televisão na <strong>identidade</strong>, afirman<strong>do</strong> que os<br />

produtos <strong>cultura</strong>is apresenta<strong>do</strong>s na mídia não são apenas criadas pelos seus autores, mas essa<br />

criação é compartilhada pela audiência, já que a mesma é constantemente consultada em<br />

pesquisas de opinião sobre suas preferências e opiniões. (HALL, 1980, apud HOLLANDA,<br />

2003). Já Durham (1977), numa análise aproximada de Hall, afirma que os produtos<br />

midiáticos contém conceitos que já estavam na <strong>cultura</strong> popular ou erudita e que são<br />

ressignifica<strong>do</strong>s pelo público. (DURHAN, 1977, apud HOLLANDA, 2003).<br />

3.2 As origens da estrutura narrativa das telenovelas brasileiras<br />

A telenovela brasileira reúne características <strong>do</strong> folhetim e <strong>do</strong> melodrama, de acor<strong>do</strong> com<br />

Barbero (1997), Alencar (2004) e Sodré (2001). Para Sodré, a telenovela mistura elementos<br />

<strong>do</strong> folhetim com referências mitológicas e literárias. O autor explica que a telenovela teria<br />

influências de um quase-mito, o que “indica o aproveitamento tecno<strong>cultura</strong>l <strong>do</strong>s elementos<br />

simples <strong>do</strong> discurso mítico (dualismos, lendas, esteriótipos simbólicos) por fórmulas<br />

estabelecidas e articuladas em torno da intriga”. (SODRÉ, 2001, p.162)<br />

Segun<strong>do</strong> Alencar (2004), a origem <strong>do</strong> folhetim, ou histórias contadas em capítulos,<br />

ocorreu na França, na década de 1830, quan<strong>do</strong> Napoleão decretou censura política e os jornais<br />

franceses passaram a ampliar o espaço <strong>do</strong> rodapé das páginas <strong>do</strong>s jornais e divulgar os<br />

folhetins, que usualmente tinham como tema histórias de amor e aventura, baseadas na<br />

mentalidade romântica, na escola romântica e no melodrama <strong>do</strong> teatro popular. O primeiro<br />

folhetim a ser publica<strong>do</strong>, afirma o autor, foi o romance anônimo espanhol Lazarillo de<br />

Tormes, em julho de 1836.<br />

Partin<strong>do</strong> desse ponto, sem grandes pretensões, a história <strong>do</strong> folhetim acompanhou a<br />

própria história <strong>do</strong> século tanto <strong>do</strong> seu ponto de vista social quanto estrutural.<br />

Assim, mudaram-se os temas, modificaram-se as personagens, e principalmente<br />

surgiram novas formas de comunicação que propiciaram novos meios de expressão<br />

artística. Contu<strong>do</strong>, o folhetim, como mo<strong>do</strong> de estruturação de uma história<br />

permaneceu, isto é, a história contada em partes, capítulos ou segmentos que<br />

54

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!