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cultura do consumo, identidade e pós-modernidade - Unigranrio

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1.4.2 O que é a <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong>?<br />

A <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong>, para Slater (2002), significa que os valores <strong>cultura</strong>is, ideias,<br />

aspirações e <strong>identidade</strong>s básicas são definidas e orientadas em relação ao <strong>consumo</strong> e não a<br />

outras dimensões sociais como trabalho ou cidadania. O autor afirma que esta característica<br />

equivale a dizer que os valores da sociedade não são apenas influencia<strong>do</strong>s pelo <strong>consumo</strong>, mas<br />

deriva<strong>do</strong>s deste. Durante muitos anos, a <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong> foi convencionalmente descrita<br />

em termos <strong>do</strong> surgimento <strong>do</strong> <strong>consumo</strong> em massa como contrapartida da produção em massa.<br />

Até o século XVIII, a palavra <strong>consumo</strong> significava desperdício, “um afastamento entre o valor<br />

e a ordem social e não parte de reprodução desta ordem”. A partir <strong>do</strong> final <strong>do</strong> século XVII,<br />

houve redefinição <strong>do</strong> conceito de <strong>consumo</strong>, que passa a significar demanda. (SLATER, 2002,<br />

p.172)<br />

Descreven<strong>do</strong> a sociedade contemporânea como materialista, Slater afirma que chega a<br />

ser contraditório falar em <strong>cultura</strong> de <strong>consumo</strong>, já que o termo “<strong>cultura</strong>” é comumente defini<strong>do</strong><br />

como preservação de valores que não podem ser compra<strong>do</strong>s, diferente <strong>do</strong> conceito de<br />

<strong>consumo</strong>. Como os valores deste acabam por invadir outros <strong>do</strong>mínios sociais, a sociedade<br />

moderna acaba por se tornar imersa em sua totalidade na <strong>cultura</strong> de <strong>consumo</strong> e não apenas nas<br />

atividades que estariam ligadas a compra. Slater complementa afirman<strong>do</strong> que o <strong>consumo</strong><br />

moderno é media<strong>do</strong> pelas relações de merca<strong>do</strong>.<br />

Não fabricamos nós próprios as merca<strong>do</strong>rias com as quais reproduzimos a vida<br />

cotidiana. Em vez disso, um elemento fundamental de nosso <strong>consumo</strong> é o ato de<br />

escolher entre uma gama de merca<strong>do</strong>rias alternativas produzidas pelas instituições<br />

que não estão interessadas em necessidades ou valores <strong>cultura</strong>is, mas no lucro e em<br />

valores econômicos. (SLATER, 2002, p.33).<br />

Para Jameson (1993), a <strong>cultura</strong> de <strong>consumo</strong> pode ser vista através de três perspectivas.<br />

A primeira é a de que este fenômeno é resulta<strong>do</strong> da expansão da produção capitalista de<br />

merca<strong>do</strong>rias, que resultou da acumulação de “<strong>cultura</strong> material na forma de bens e locais de<br />

compra e <strong>consumo</strong>”. (JAMESON, 1993, p.31). Ten<strong>do</strong> como conseqüência a expansão <strong>do</strong><br />

lazer, esta característica da <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong> é vista por alguns teóricos como facilita<strong>do</strong>ra<br />

de maior igualitarismo e liberdade individual, enquanto que para outros autores essa<br />

característica é vista como alimenta<strong>do</strong>ra da manipulação ideológica. A segunda perspectiva<br />

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