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cultura do consumo, identidade e pós-modernidade - Unigranrio

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processo de urbanização podem ser definidas por três características: Dimensão, densidade e<br />

heterogeneidade. Quan<strong>do</strong> à dimensão, este modelo teórico diz que a diferenciação social está<br />

na proporção direta <strong>do</strong> tamanho da cidade, haven<strong>do</strong> um distanciamento <strong>do</strong>s relacionamentos<br />

próximos e substituição destes por competitividade. A densidade indica, segun<strong>do</strong> o autor, que<br />

a proximidade física, causada pelo aumento de população numa determinada cidade, não<br />

implica em aproximação social, mas normalmente tem o efeito contrário: acarreta<br />

distanciamento nos relacionamentos. Finalmente, a heterogeneidade presente na sociedade<br />

urbana ocidental contemporânea faz com que a hierarquia de classes não seja tão nítida,<br />

haven<strong>do</strong> pre<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong>s relacionamentos basea<strong>do</strong>s no interesse, sobre aqueles basea<strong>do</strong>s na<br />

afetividade, tornan<strong>do</strong>-se cada vez menos comum, portanto, a formação de grupos sociais de<br />

longa duração, com pro<strong>pós</strong>itos sociais, religiosos ou afetivos.<br />

1.2.2 Crise <strong>do</strong> capitalismo: <strong>do</strong> fordismo ao <strong>pós</strong>-fordismo<br />

Para Slater (2002), fordismo e <strong>pós</strong> - fordismo são sistemas de regulação usa<strong>do</strong>s para<br />

estabilizar o capitalismo, pois esse mo<strong>do</strong> de produção precisa de mecanismos de controle para<br />

impedir crises nos merca<strong>do</strong>s, nos salários e até nas normas de <strong>consumo</strong>. O <strong>pós</strong>- fordismo,<br />

segun<strong>do</strong> o autor, chegou para suprir os problemas gera<strong>do</strong>s com a crise <strong>do</strong> capitalismo,<br />

ocorrida no perío<strong>do</strong> entre guerras. Harvey (2002) afirma que o esta<strong>do</strong> de relações de classe no<br />

mun<strong>do</strong> capitalista dificilmente era propício à aceitação de um sistema de produção que se<br />

apoiava tanto na familiarização <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r com longas horas de trabalho puramente<br />

rotiniza<strong>do</strong>, exigin<strong>do</strong> pouco das habilidades manuais tradicionais e conceden<strong>do</strong> um controle<br />

quase inexistente ao trabalha<strong>do</strong>r sobre o projeto, o ritmo e a organização da produção. Havia<br />

ainda outra barreira para a consolidação <strong>do</strong> fordismo neste perío<strong>do</strong> histórico: os mo<strong>do</strong>s e<br />

mecanismos de intervenção estatal. Harvey afirma que “foi necessário conceber um novo<br />

mo<strong>do</strong> de regulamentação [...]. e foi preciso o choque da depressão selvagem e <strong>do</strong> quase<br />

colapso <strong>do</strong> capitalismo [...]. para que as sociedades capitalistas chegassem a uma nova<br />

concepção da forma e <strong>do</strong> uso <strong>do</strong>s poderes <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>”. (HARVEY, 1998, p.124).<br />

Sobre as mudanças ocorridas no fordismo a<strong>pós</strong> as duas guerras mundiais, o autor afirma<br />

que o novo sistema de regulamentação que emerge “tem de ser visto menos como um mero<br />

sistema de produção em massa <strong>do</strong> que como um mo<strong>do</strong> de vida total”. (HARVEY, 1998,<br />

p.124). Assim, o principal problema <strong>do</strong> fordismo passa a ser a produção em massa, a<br />

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