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cultura do consumo, identidade e pós-modernidade - Unigranrio

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Hollanda (2003) lembra que a novela pode influenciar a <strong>identidade</strong> na medida em que<br />

apresenta série de hierarquias de classe, potencial de <strong>consumo</strong>, gênero, raça e como se deve<br />

chegar a alcançar os status de prestígio e poder. Segun<strong>do</strong> a autora, as novelas nem sempre<br />

expõem aos telespecta<strong>do</strong>res mun<strong>do</strong>s semelhantes aos seus, mas ao mesmo tempo usa<br />

sentimentos e relações sociais que permitem a compreensão de todas essas situações.<br />

Hollanda cita Raymond Williams (1992), que comenta que o drama televisiona<strong>do</strong> foi<br />

propulsor de certas estruturas de sentimento, ou tendências de comportamento e crenças, que<br />

mesmo que pareçam soluções de ordem técnica, são na verdade uma nova forma de encarar o<br />

mun<strong>do</strong>. (WILLIANS, 1992, apud HOLLANDA, 2003)<br />

Hollanda explica que, para Williams, as estruturas de sentimento são associadas às<br />

formas narrativas, onde se desenvolvem, interagem com a sociedade e tornam-se parte dela,<br />

atuan<strong>do</strong> na formação da parte sensível ou ligada à subjetividade da <strong>identidade</strong>. É neste<br />

processo de formação da sensibilidade (sentimentos, crenças, valores) que a novela pode<br />

permitir que os telespecta<strong>do</strong>res se identifiquem com os personagens. A autora explica que a<br />

narrativa e seus diversos personagens e estilos são fonte de informações sobre as práticas<br />

<strong>cultura</strong>is da sociedade.<br />

Para Giddens (1991 apud Hollanda, 2003), a noção da reflexividade está presente na<br />

<strong>pós</strong>-<strong>modernidade</strong> e é uma reconstrução constante <strong>do</strong> eu, colocan<strong>do</strong> em xeque a manutenção<br />

de padrões tradicionais, sen<strong>do</strong> promovida pelos meios de comunicação de massa e pelos<br />

movimentos sociais que questionam a tradição. Hollanda explica que este processo de<br />

reflexividade se dá na experiência <strong>do</strong> especta<strong>do</strong>r de novelas, pelas comparações que fazem<br />

entre as personagens e as pessoas com quem convivem em suas vidas cotidianas. A autora cita<br />

também conceitos de Meyrowitz (1986), lembran<strong>do</strong> que a novela mostra ao público contextos<br />

<strong>cultura</strong>is em meio à apresentação de grande quantidade de bens e serviços, difundin<strong>do</strong><br />

inclusive diversos estilos de vida. (MEYROWITZ, 1986, apud HOLLANDA, 2003).<br />

A relação, portanto, entre novelas e <strong>identidade</strong> passa pela difusão <strong>do</strong>s estilos de vida,<br />

objeto de estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> próximo subitem. De acor<strong>do</strong> com Hollanda, a novela mostra como usar os<br />

bens de <strong>consumo</strong> e como eles podem ser utiliza<strong>do</strong>s como forma de diferenciação social. Pode<br />

ocorrer então a promoção da educação <strong>do</strong>s sentimentos através <strong>do</strong> processo de identificação<br />

com a telenovela, permitin<strong>do</strong> ao telespecta<strong>do</strong>r a possibilidade de a<strong>do</strong>tar mudança de papéis<br />

sociais, redefinin<strong>do</strong> padrões familiares e estilos de vida.<br />

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