cultura do consumo, identidade e pós-modernidade - Unigranrio
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individualmente contêm elementos suficientes para proporcionar o clímax.<br />
(ALENCAR, 2004, p. 43)<br />
Alencar (2004) acrescenta que o folhetim acaba sen<strong>do</strong> leva<strong>do</strong> para as revistas e se<br />
torna fotonovela, para depois ir para o cinema em 1940, e ser exibi<strong>do</strong> nas matinês <strong>do</strong>minicais.<br />
O folhetim depois iria para o rádio, assumin<strong>do</strong> o nome de radionovela e depois para a<br />
televisão, passan<strong>do</strong> a se chamar telenovela. Barbero analisa a ligação da novela com o<br />
melodrama, que surge por volta de 1790 na França e Inglaterra, reunin<strong>do</strong> elementos <strong>do</strong> teatro,<br />
feira e literatura oral. O autor lembra que os espetáculos eram ensaia<strong>do</strong>s ao ar livre e a<br />
principal característica deles era ridicularizar os problemas sociais.<br />
A ação dramática fornecia o tema para a execução de uma paisagem, o lugar da ação<br />
e objeto de uma verdadeira fabricação com base em maquinarias complicadíssimas<br />
para a movimentação das decorações e os efeitos óticos e sonoros que encontrarão<br />
nas novelas de rádio seu esplen<strong>do</strong>r, tiveram no melodrama não só um antecedente,<br />
mas to<strong>do</strong> um paradigma. (BARBERO, 1997, p.160)<br />
Barbero (1997) explica que a estrutura dramática <strong>do</strong> melodrama é composta de quatro<br />
sentimentos básicos: me<strong>do</strong>, entusiasmo, <strong>do</strong>r e riso, corresponden<strong>do</strong> a quatro tipos de situações<br />
(terríveis, excitantes, ternas e burlescas) vividas pelas personagens: o trai<strong>do</strong>r, o justiceiro, a<br />
vítima e o bobo. Estes elementos se combinam e formam os quatro gêneros: romance de ação,<br />
epopéia, tragédia e comédia. A linguagem <strong>do</strong> melodrama é a <strong>do</strong>s relacionamentos familiares<br />
e de parentesco. O melodrama ocorre no tempo familiar, median<strong>do</strong> o tempo da história e da<br />
vida. De acor<strong>do</strong> com Barbero, desde a canção romântica até a telenovela, o melodrama media<br />
uma sociabilidade negada economicamente desvalorizada, mas <strong>cultura</strong>lmente viva. É o tempo<br />
da narrativa que afirma e permite que as classes populares se reconheçam nela.<br />
Alencar afirma que o gênero literário novela nasceu na Idade Média com as canções<br />
de gesta que eram poemas épicos recita<strong>do</strong>s para jograis e menestréis. Sua origem é na<br />
Espanha e a estrutura de contar em capítulos é da França. Para Alencar, em termos estruturais<br />
a telenovela se funda sobre o melodrama <strong>do</strong> século XVIII. “O roteiro de teleficção é uma peça<br />
escrita para comunicar, através de imagem e som, palavras [...]. efeitos sonoros, ação,<br />
cinestesia, sentimentos, emoções, conflitos e modificação”. (ALENCAR, 2004, p.49).<br />
Pode-se concluir, portanto, reunin<strong>do</strong> os conceitos de Sodré, Alencar e Barbero, que<br />
telenovela é uma história contada em capítulos e dispõe de uma estrutura narrativa com<br />
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