cultura do consumo, identidade e pós-modernidade - Unigranrio
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personagem Cássio (interpreta<strong>do</strong> por Marcelo Anthony), que possui renda equivalente à<br />
classe média alta, mas que privilegia a qualidade de vida em detrimento <strong>do</strong> acúmulo de capital<br />
através <strong>do</strong> trabalho. O estilo de vida proposto por este personagem é o <strong>do</strong> adulto jovem entre<br />
30 e 40 anos, solteiro convicto, empresário, mas praticante de esportes radicais. Cássio<br />
demonstra esse estilo de vida por suas roupas caras, mas despojadas, pelos carros e por seu<br />
restaurante, que apesar de ser sofistica<strong>do</strong>, possui pratos mais populares. Ele também é adepto<br />
de relacionamentos afetivos flui<strong>do</strong>s, mas mantém relação de caráter basea<strong>do</strong>s em valores<br />
dura<strong>do</strong>uros com todas as pessoas com as quais convive, sen<strong>do</strong> honesto quanto à sua escolha<br />
de não ter compromisso matrimonial. Também é benevolente com to<strong>do</strong>s os funcionários e<br />
estimula a criatividade e participação na empresa, que está forjada pelos valores <strong>pós</strong>-fordistas<br />
de produção.<br />
Pode-se concluir, aplican<strong>do</strong> os conceitos de Bauman (2001), Slater (2002) e Jameson<br />
(1993) sobre <strong>pós</strong>-<strong>modernidade</strong>, <strong>cultura</strong> de <strong>consumo</strong> e estilos de vida, que Cássio é um<br />
empresário <strong>pós</strong>-moderno que privilegia o mo<strong>do</strong> he<strong>do</strong>nista de viver. Suas escolhas, como<br />
manter relacionamentos não oficializa<strong>do</strong>s, praticar esportes radicais, o mo<strong>do</strong> como cria o filho<br />
que vem a conhecer mais tarde (como se fosse seu amigo) e até o relacionamento dura<strong>do</strong>uro<br />
que inicia com Joana (interpretada por Fernanda Macha<strong>do</strong>) posteriormente (que não é<br />
registra<strong>do</strong> oficialmente), marcam o comportamento típico da contemporaneidade.<br />
No terceiro núcleo dramático da novela, há as personagens de classe média baixa que<br />
querem ascender ou que eram de classe média alta e decaíram. As personagens Belisário<br />
(interpreta<strong>do</strong> por Hugo Carvana) e Virgínia (interpretada por Yoná Magalhães) são um casal<br />
de socialites que perderam to<strong>do</strong> o dinheiro e vivem da mesada de Antenor, mas que fazem<br />
questão de manter as aparências <strong>do</strong> status social de classe média alta através de roupas de<br />
grife, joias e presença em eventos sociais da alta sociedade. Eles demonstram esse estilo de<br />
vida quan<strong>do</strong> optam por gastarem sua renda para aparentar ter mais dinheiro <strong>do</strong> que realmente<br />
têm, em vez de prover recursos mais importantes para a subsistência. A opção por morar em<br />
Copacabana, que é um bairro tradicional de zona sul onde ocorrem importantes eventos como<br />
o Ano Novo, embora de moradia mais barata que outros, como Leblon e Ipanema, também<br />
marca o estilo de vida <strong>do</strong>s ex-socialites.<br />
No quarto núcleo dramático da telenovela, o maior representante <strong>do</strong> estilo de vida que<br />
vive de contravenções é Jader, que promete a Bebel uma vida de luxo ao trazê-la da Bahia<br />
para o Rio de Janeiro, mas a coloca no calçadão de Copacabana para explorá-la como<br />
prostituta. Além de ser cafetão, Jader (interpreta<strong>do</strong> por Chico Diaz), ganha dinheiro com<br />
extorsão, falsificações e outros negócios escusos, que mantém com executivos como Olavo.<br />
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