04.06.2013 Views

cultura do consumo, identidade e pós-modernidade - Unigranrio

cultura do consumo, identidade e pós-modernidade - Unigranrio

cultura do consumo, identidade e pós-modernidade - Unigranrio

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

às horas trabalhadas necessárias para produzir determina<strong>do</strong> capital. Nele, até o tempo de<br />

descanso é relaciona<strong>do</strong> ao trabalho, pois é o socialmente necessário para que as energias <strong>do</strong><br />

corpo <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r sejam repostas e ele possa voltar ao serviço.<br />

A televisão oferece então, um tempo semelhante ao <strong>do</strong> cotidiano, ao tempo em que as<br />

pessoas estão desligadas <strong>do</strong> trabalho, o tempo onde sempre começam ciclos e terminam. Ou<br />

seja, as histórias contadas nas telenovelas brasileiras estão sempre remontan<strong>do</strong> ao início da<br />

trama e depois de resolvi<strong>do</strong>s os conflitos, começam outros. As telenovelas normalmente<br />

repetem elementos <strong>do</strong>s capítulos anteriores para que os especta<strong>do</strong>res que não estão<br />

acompanhan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os capítulos possam entender a história começan<strong>do</strong> a assisti-la em<br />

qualquer ponto. As redes de televisão organizam uma programação de novelas de vários<br />

gêneros, conjugan<strong>do</strong> espécies diferentes de textos:<br />

Cada programa, ou melhor, cada texto televisivo remete seu senti<strong>do</strong> ao cruzamento<br />

de gêneros e tempos. Enquanto gênero, pertence a uma família de textos que se<br />

replicam e reenviam uns aos outros nos diferentes horários <strong>do</strong> dia e da semana. [...].<br />

(BARBERO, 1997, p.296)<br />

Barbero (1997) revela, então, que a televisão conjuga o tempo da narrativa - que<br />

funciona de forma cíclica - com a continuidade <strong>do</strong> tempo narra<strong>do</strong>, ou seja, o tempo linear, o<br />

tempo <strong>do</strong> trabalho. Os programas televisivos possibilitariam, então, a mediação entre o tempo<br />

<strong>do</strong> capital e o da cotidianidade. A terceira categoria que serve como referência para a<br />

transmissão da mensagem da televisão é a competência <strong>cultura</strong>l. Barbero (1997) afirma que a<br />

principal questão a ser levantada abordan<strong>do</strong> este tema é se a televisão está inserida no<br />

conceito de <strong>cultura</strong> ou se influencia e modifica essa ideia. Adepto <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> argumento, o<br />

autor afirma que a televisão relativiza as diferenças sociais e produz uma integração entre a<br />

chamada <strong>cultura</strong> elevada e a popular, ou massiva, entenden<strong>do</strong> o termo “massiva” como aquela<br />

que decorre de uma produção em escala industrial e homogênea.<br />

É importante enfatizar que a discussão de Barbero está sen<strong>do</strong> contextualizada neste<br />

trabalho utilizan<strong>do</strong> o conceito de <strong>cultura</strong> proposto por Kellner (2001): “A <strong>cultura</strong>, em seu<br />

senti<strong>do</strong> mais amplo, é uma forma de atividade que implica alto grau de participação na qual as<br />

pessoas criam sociedades e <strong>identidade</strong>s. A <strong>cultura</strong> modela os indivíduos evidencian<strong>do</strong> e<br />

cultivan<strong>do</strong> suas potencialidades de fala, ação e criatividade” (KELLNER, 2001, p.11).<br />

Os estu<strong>do</strong>s de Freire Filho (2009) complementam os de Barbero (1997), pois o<br />

51

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!