cultura do consumo, identidade e pós-modernidade - Unigranrio
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Produção é a ação da humanidade sobre a matéria (natureza) para apropriar-se dela e<br />
transformá-la em seu benefício, obten<strong>do</strong> um produto, consumin<strong>do</strong> parte dele e<br />
acumulan<strong>do</strong> o excedente para investimento conforme os vários objetivos<br />
socialmente determina<strong>do</strong>s. [...]. Experiência é a ação <strong>do</strong>s sujeitos humanos sobre si<br />
mesmos, determinada pela interação entre as <strong>identidade</strong>s biológicas e <strong>cultura</strong>is<br />
desses sujeitos em relação a seus ambientes sociais e naturais. [...]. Poder é aquela<br />
relação entre os sujeitos humanos que, com base na produção e na experiência,<br />
impõe a vontade de alguns sobre os outros pelo emprego potencial ou real de<br />
violência física ou simbólica. (CASTELLS, 2007, p.51-52)<br />
Castells (2007) explica que as instituições sociais são constituídas para impor controles,<br />
limites ou contratos sociais que sempre estão liga<strong>do</strong>s às lutas pelo poder. A produção, por sua<br />
vez, organiza-se segun<strong>do</strong> classes, hierarquizan<strong>do</strong> os sujeitos segun<strong>do</strong> sua posição no processo<br />
produtivo. A comunicação entre os seres humanos com base na produção é, segun<strong>do</strong> Castells,<br />
gera<strong>do</strong>ra de <strong>cultura</strong>s e <strong>identidade</strong>s coletivas.<br />
Assim, a humanidade como produtora coletiva inclui tanto o trabalho como os<br />
organiza<strong>do</strong>res da produção, e o trabalho é muito diferencia<strong>do</strong> e estratifica<strong>do</strong> de<br />
acor<strong>do</strong> com o papel de cada trabalha<strong>do</strong>r no processo produtivo. [...]. A relação entre<br />
a mão-de-obra e a matéria no processo de trabalho envolve o uso de meios de<br />
produção para agir sobre a matéria com base em energia, conhecimentos e<br />
informação. (CASTELLS, 2007, p.52)<br />
Pode-se concluir, então, que a compressão espaço-tempo e a aceleração <strong>do</strong> fluxo de<br />
informações, ambas transformações impulsionadas pelo <strong>pós</strong>-fordismo, geram impactos nas<br />
relações sociais e de trabalho, reestruturan<strong>do</strong> as hierarquias, em vez de eliminá-las. Nesta<br />
nova ordem social e de merca<strong>do</strong>, a mobilidade parece não ser uma garantia de<br />
homogeneização, mas de diferenciação, e a liberdade na rotina de trabalho pode estar<br />
associada a correr riscos e à exigência de constante qualificação. A comunicação baseada nas<br />
hierarquias de produção acaba por gerar toda uma nova <strong>cultura</strong> e <strong>identidade</strong>s de trabalho,<br />
originada na flexibilização.<br />
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