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cultura do consumo, identidade e pós-modernidade - Unigranrio

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comunicação e ampliação <strong>do</strong>s meios de transporte, permitin<strong>do</strong> a mobilidade geográfica,<br />

juntamente com o novo sistema flexível de acumulação de capital, contribuiu para a<br />

compressão espaço tempo, que teve impacto nas relações sociais. De acor<strong>do</strong> com Castells<br />

(2000), a urbanização, somada aos fenômenos próprios da transição da <strong>modernidade</strong> para a<br />

<strong>pós</strong>-<strong>modernidade</strong>, trouxe modificação nas relações que passaram de afetivas e primárias (face<br />

a face) para associativas (baseadas no interesse).<br />

A <strong>cultura</strong> de <strong>consumo</strong>, de acor<strong>do</strong> com Slater (2002), surge em gérmen antes da<br />

revolução industrial, (com o advento <strong>do</strong> fordismo, se consolidan<strong>do</strong> depois com o <strong>pós</strong>-<br />

fordismo). Como afirma Hall (2003), as instituições nas quais antes estava alicerçada a<br />

formação identitária, como igreja, escola, família, passam a ser cada vez mais efêmeras e<br />

sujeitas a mudanças, enquanto que a midiatização ocupa esse lugar de formação <strong>cultura</strong>l.<br />

A midiatização é um <strong>do</strong>s fatores que constituem a transição da <strong>modernidade</strong> para a <strong>pós</strong>-<br />

<strong>modernidade</strong>.e, para Sodré (2002), é o processo pelo qual a maioria das sociedades urbanas,<br />

capitalistas e ocidentais passa a ter as relações sociais mediadas pelos meios de comunicação.<br />

Pode-se dizer que este processo está relaciona<strong>do</strong> a aceleração <strong>do</strong> fluxo de informações e a<br />

compressão espaço tempo. Assumin<strong>do</strong> as <strong>identidade</strong>s baseadas na <strong>cultura</strong> <strong>do</strong>s meios de<br />

comunicação, que comumente difundem o <strong>consumo</strong>, os indivíduos acabam por se utilizarem<br />

de estilos de vida para conviverem na sociedade.<br />

Pode-se deduzir, então, que os fenômenos de midiatização e <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong><br />

associa<strong>do</strong>s contribuem para fragmentação da <strong>identidade</strong>, difundin<strong>do</strong> estilos de vida, que<br />

substituem as regras rígidas que norteavam o eixo identitário até o início da <strong>modernidade</strong>.<br />

Conclui-se, portanto, que são construídas relações entre a atuação da mídia como media<strong>do</strong>ra<br />

das relações sociais, a difusão da <strong>cultura</strong> de <strong>consumo</strong>, a fragmentação da <strong>identidade</strong> e os<br />

estilos de vida, que, de acor<strong>do</strong> com Featherstone (1995), significam individualidade e auto -<br />

expressão, da qual fazem parte a escolha das roupas, o discurso e entretenimentos de lazer.<br />

A televisão foi escolhida para esta dissertação por ter como uma das referências de<br />

mediação - segun<strong>do</strong> Barbero (1997) - a cotidianidade familiar. A telenovela, por sua vez,<br />

possui características a mais que reforçam a facilidade de difusão de <strong>cultura</strong> de <strong>consumo</strong> e<br />

estilos de vida. Através da exposição de dramas e conflitos semelhantes aos <strong>do</strong>s especta<strong>do</strong>res,<br />

os indivíduos podem criar vínculos com as personagens e aceitar sugestões de soluções para<br />

sua vida através de comportamentos basea<strong>do</strong>s no <strong>consumo</strong>.<br />

Além da característica da novela de estar ligada à cotidianidade familiar, soma-se outro<br />

elemento importante deste produto midiático e que contribui para a difusão de estilos de vida,<br />

segun<strong>do</strong> Hollanda (2003): a repetição de fórmulas e o uso de características ligadas à<br />

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