Pode-se concluir, portanto, que a mídia, servin<strong>do</strong> como media<strong>do</strong>ra das relações sociais e institucionais e produzin<strong>do</strong> uma nova <strong>cultura</strong> baseada no <strong>consumo</strong>, traz como uma das consequências a contribuição para a formação <strong>do</strong>s estilos de vida, sen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s alicerces da <strong>cultura</strong> <strong>pós</strong>-moderna. O capítulo posterior será centra<strong>do</strong> na análise deste processo na televisão e em particular, na telenovela. Logo a<strong>pós</strong> haverá um estu<strong>do</strong> de caso com a novela Paraíso Tropical. 49
Capítulo 3 Televisão, telenovela e a difusão <strong>do</strong>s estilos de vida 3.1 Televisão, <strong>identidade</strong> e difusão <strong>do</strong>s estilos de vida Como se dá a difusão de estilos de vida nas telenovelas e como é demonstrada nas tramas a relação entre <strong>identidade</strong> e <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong>? Para responder a tais questões, é necessário analisar o mecanismo de transmissão da mensagem da televisão e quais as estruturas sociais atinge. Segun<strong>do</strong> Barbero (1997), o impacto que a televisão exerce no meio social se deve mais à forma de mediação <strong>do</strong> que às estruturas técnicas de produção e recepção. Essa influência pode ser medida ten<strong>do</strong> por referências três categorias: o cotidiano familiar, a temporalidade social e a competência <strong>cultura</strong>l. A cotidianidade familiar, segun<strong>do</strong> Barbero (1997), é responsável por grande parte da pauta da programação televisiva, pois a televisão é construída para a família, que tanto pode influir na programação como pode ser influenciada por ela. Ou seja, através de pesquisas de audiências, as televisões mudam o enre<strong>do</strong> de suas tramas para agradar ao público, ao mesmo tempo que fornecem modelos de comportamento para as famílias. De acor<strong>do</strong> com Barbero (1997), a televisão dá outro significa<strong>do</strong> às demandas <strong>do</strong>s públicos e oferece diversos tipos de padrões de status de classe, gênero e relações sociais. Por outro la<strong>do</strong>, a forma como o público interpreta os conteú<strong>do</strong>s também transforma a programação, que se torna parte da <strong>cultura</strong> cotidiana, na qual o tempo e o espaço em que o público a consome (a programação) influencia na compreensão <strong>do</strong>s temas: “os hábitos de classe atravessam os usos da televisão, os mo<strong>do</strong>s de ver se manifestam na organização <strong>do</strong> tempo e espaço cotidianos”. (BARBERO, 1997, p. 300) Barbero (1997) entende como temporalidade social o tempo da cotidianidade, o tempo repetitivo, cíclico que a televisão traz de volta e que entra em contraste com o tempo produtivo, valoriza<strong>do</strong> pelo capital. Segun<strong>do</strong> o autor, ao entrar em contato com o cotidiano familiar, a televisão fornece o tempo cíclico, diferenciada <strong>do</strong> tempo <strong>do</strong> trabalho, que é linear. Segun<strong>do</strong> os conceitos de Marx (2002), o tempo cíclico, <strong>do</strong> cotidiano, obedece aos imperativos de amanhecer, entardecer, finais de semana e estações <strong>do</strong> ano, que são sazonais, ou seja, sempre acabam e recomeçam, servin<strong>do</strong> como referências para festejos, feria<strong>do</strong>s, comemorações religiosas, rituais e tradicionais. Já o tempo linear foi cria<strong>do</strong> com a industrialização e a produção em série, é o tempo que sempre anda para frente, pois equivale 50
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polícia que Paula ligou, mas ela n
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Ivan contra-ataca - quarta-feira, 0
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ANEXO B - Ficha técnica com equipe
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Mendonça, Carlos Dalvan, Sidne Fer
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ANEXO D - Fotografias de atrizes mo
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FIGURA 5 - Personagem Taís (interp