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cultura do consumo, identidade e pós-modernidade - Unigranrio

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1.4 Pós-<strong>modernidade</strong> e <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong>: surgimento e implicações nas relações sociais e<br />

identitárias<br />

1.4.1 Surgimento e consolidação da <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong><br />

De acor<strong>do</strong> com Slater (2002), a <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong> pode ser apontada como um <strong>do</strong>s<br />

fatores que caracterizam a chegada da <strong>modernidade</strong>, sobretu<strong>do</strong> no ocidente, e que se fortalece<br />

com a <strong>pós</strong>-<strong>modernidade</strong>, estan<strong>do</strong> ligada às relações de merca<strong>do</strong>, funcionan<strong>do</strong> como mo<strong>do</strong> de<br />

reprodução <strong>cultura</strong>l. Mas, se a consolidação da <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong> só se constituiu<br />

gradualmente a partir da revolução industrial, as origens das mudanças no <strong>consumo</strong>, na<br />

organização comercial e merca<strong>do</strong>rias iniciam muitos séculos antes.<br />

Finalmente, pode parecer estranho definir a <strong>cultura</strong> de <strong>consumo</strong> em termos <strong>do</strong><br />

Ocidente moderno – como um mo<strong>do</strong> de reprodução <strong>cultura</strong>l que se estende <strong>do</strong> século<br />

XVIII até o presente. A <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong> parece a muitos, algo que só se formou<br />

inteiramente na era <strong>pós</strong>-moderna, no entanto, está inextricavelmente ligada à<br />

<strong>modernidade</strong> como um to<strong>do</strong> [...] A <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong> não é uma conseqüência<br />

tardia da modernização industrial e da <strong>modernidade</strong> <strong>cultura</strong>l, algo que se seguiu<br />

depois que o trabalho intelectual e industrial da <strong>modernidade</strong> já tinha si<strong>do</strong> feito. Foi,<br />

na verdade, parte da própria construção <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> moderno. (SLATER, 2002, p. 18)<br />

Para Jameson (1993), os primórdios da <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong> são anteriores à revolução<br />

industrial, não poden<strong>do</strong> aquela ser considerada uma consequência da produção, mas sim um<br />

estímulo. Slater explica que a propensão ao <strong>consumo</strong> como definição de status surge antes da<br />

revolução industrial, mas a <strong>cultura</strong> de <strong>consumo</strong> e sua disseminação só ocorrem com a<br />

produção em massa. Sobre o tema <strong>cultura</strong> de <strong>consumo</strong>, o autor identifica duas tendências de<br />

estu<strong>do</strong>: a primeira, que prevê o surgimento <strong>do</strong> fenômeno a<strong>pós</strong> a revolução industrial e junto<br />

com a <strong>modernidade</strong>, enquanto a segunda, prevê que uma revolução <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r precedeu a<br />

revolução industrial, ou foi pelo menos ingrediente fundamental <strong>do</strong> início da modernização<br />

ocidental.<br />

Com o século XIX, Slater afirma que a <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong> toma direções<br />

contraditórias, mais interligadas. O autor explica que, apesar de a década de 1920 ser vista<br />

como a primeira em que reinou o consumismo, ela na verdade é consequência de uma<br />

germinação deste tipo de comportamento entre 1880-1930. “Se a <strong>cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>consumo</strong> nasceu<br />

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