grupo escolar solon de lucena - Centro de Educação - Universidade ...
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Confirmando essa proposta mo<strong>de</strong>rnizadora, que os <strong>grupo</strong>s <strong>escolar</strong>es<br />
passaram a instaurar nos gran<strong>de</strong>s centros urbanos, Faria Filho em seu estudo<br />
sobre os <strong>grupo</strong>s <strong>escolar</strong>es em Belo Horizonte ressalta que:<br />
67<br />
[...] o fato <strong>de</strong> os <strong>grupo</strong>s <strong>escolar</strong>es ocuparem não apenas os<br />
‘melhores prédios’, mas também aqueles mais centrais <strong>de</strong>nota, além<br />
da importância atribuída aos <strong>grupo</strong>s <strong>escolar</strong>es na composição do<br />
<strong>de</strong>senho urbanístico da cida<strong>de</strong>, um esforço por <strong>de</strong>monstrar a<br />
centralida<strong>de</strong> que o lugar da educação <strong>escolar</strong> <strong>de</strong>veria representar no<br />
interior da cida<strong>de</strong>, como projeção política da or<strong>de</strong>m social que se<br />
queria impor ao conjunto da população, particularmente aos pobres<br />
(FARIA FILHO, 2000, p 42)<br />
Nesse sentido, os prédios construídos ou adaptados para serem <strong>grupo</strong>s<br />
<strong>escolar</strong>es em cida<strong>de</strong>s mais <strong>de</strong>senvolvidas nas primeiras décadas da República<br />
se tornaram parte integrante do novo or<strong>de</strong>namento urbano. Esses edifícios<br />
“planejados para que se <strong>de</strong>stacassem em meio aos <strong>de</strong>mais prédios,<br />
provocando a admiração daqueles que os observassem” (REIS, 2006b, p.77)<br />
instituíram uma nova cultura, a da monumentalida<strong>de</strong> dos prédios <strong>escolar</strong>es,<br />
com uma estruturação específica do espaço, adaptado às funções peculiares<br />
do ensino.<br />
No estado da Paraíba, segundo Pinheiro (2002), a criação <strong>de</strong> <strong>grupo</strong>s<br />
<strong>escolar</strong>es acompanhou o processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong>sse estado. Para este<br />
autor,<br />
[...] Apesar <strong>de</strong> a Paraíba não ter o mesmo nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
econômico dos estados <strong>de</strong> São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Minas Gerais<br />
e nem mesmo <strong>de</strong> Pernambuco e Bahia, a criação <strong>de</strong> <strong>grupo</strong>s<br />
<strong>escolar</strong>es esteve no bojo do processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização do estado. É<br />
evi<strong>de</strong>nte que as preocupações com a formação do cidadão e o<br />
fortalecimento da república estiveram também presentes, embora <strong>de</strong><br />
forma secundária, nos discursos da elite paraibana, que enfatizavam<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização não só da capital, mas também das<br />
cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interior. (PINHEIRO, 2002, p.149)<br />
Então, originando uma nova organização da instrução primária, os<br />
<strong>grupo</strong>s <strong>escolar</strong>es na Paraíba acompanharam também a propaganda<br />
republicana <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização das cida<strong>de</strong>s que tinha como lema principal a<br />
superação do atraso mediante o progresso.