grupo escolar solon de lucena - Centro de Educação - Universidade ...
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CAPÍTULO 4 – INAUGURAÇÃO, COMEMORAÇÕES E EXPOSIÇÕES<br />
ESCOLARES: MOMENTOS DE FESTA DO GRUPO ESCOLAR SOLON DE<br />
LUCENA PARA A SOCIEDADE CAMPINENSE<br />
Por freqüentar um e outro campo, o historiador apren<strong>de</strong>u a levar em<br />
consi<strong>de</strong>ração a armadura que a ritualização dá à existência humana, mesmo<br />
que seja uma ritualização anônima, <strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> regulamentação explicita<br />
ou <strong>de</strong> coesão coerente.<br />
86<br />
Mona Ozouf (1976)<br />
É comum se pensar as festas como momentos <strong>de</strong> comemoração,<br />
<strong>de</strong>scontração, solenida<strong>de</strong>, nos quais pessoas se confraternizam, trocam<br />
experiências, atuam diferentemente, preparam-se totalmente, observam,<br />
alegram-se em torno <strong>de</strong> algo, como uma data que marca um acontecimento.<br />
Todavia, consi<strong>de</strong>ramos importante pensar as festas também como<br />
espaços <strong>de</strong> múltiplos significados e/ou interesses, ou seja, como momentos,<br />
por exemplo, nos quais alguém ou um <strong>grupo</strong> requer reconhecimento da<br />
população por algo realizado, <strong>de</strong> inculcar sentidos nas pessoas, <strong>de</strong> disseminar<br />
valores e crenças, <strong>de</strong> fazer exaltação a uma <strong>de</strong>terminada personagem.<br />
Ressaltando essa discussão Cândido (2007, p.13) explicita que<br />
As festas para diferentes socieda<strong>de</strong>s no <strong>de</strong>correr da história da<br />
humanida<strong>de</strong>, como por exemplo, nas socieda<strong>de</strong>s primitivas [...] foram<br />
momentos <strong>de</strong>dicados exclusivamente à manifestação da felicida<strong>de</strong><br />
coletiva por algum acontecimento humano (nascimentos, mortes,<br />
aniversários) ou da natureza (plantação, colheitas, mudanças das<br />
estações climáticas), expressaram algum ritual, passagem do tempo,<br />
homenagens aos <strong>de</strong>uses, <strong>de</strong>ntre outras funções. No caso das<br />
socieda<strong>de</strong>s republicanas, a festa, principalmente a cívica,<br />
representou um momento para a reconstrução do imaginário político<br />
e social dos cidadãos, com o principal objetivo <strong>de</strong> disseminar os<br />
valores associados ao novo regime, celebrar a conquista do governo<br />
pelo povo, o nascimento ‘florescimento’ <strong>de</strong> um novo período.<br />
Nesse sentido, além <strong>de</strong> expressarem significados e interesses<br />
diversificados as festas, <strong>de</strong> um modo geral, também<br />
representaram/representam a cultura <strong>de</strong> povos distintos <strong>de</strong> momentos<br />
históricos variados.