12.03.2014 Views

ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros

ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros

ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

15<br />

equilíbrio <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de, influenciando diretamente nas populações de suas presas e<br />

indiretamente nas populações animais e vegetais relaciona<strong>da</strong>s a estas (Miller & Rabinowitz,<br />

2002). De fato, grandes pre<strong>da</strong>dores como as <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s e <strong>onça</strong>-par<strong>da</strong>s desempenham<br />

importante papel na manutenção <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong>de de comuni<strong>da</strong>des ecológicas (Terborgh, 1988;<br />

Dirzo & Miran<strong>da</strong>, 1990; Estes, 1996). As ativi<strong>da</strong>des pre<strong>da</strong>tórias de um grande carnívoro<br />

produzem efeitos indiretos que atravessam os diversos níveis tróficos de um ecossistema, e<br />

atingem organismos que aparentam estar distante dos fatos que envolvem a pre<strong>da</strong>ção em si,<br />

tanto ecologicamente como taxonomicamente (Terborgh, 1988; Estes, 1996). Portanto,<br />

conhecer as exigências ecológicas <strong>da</strong>s <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s e <strong>onça</strong>s-par<strong>da</strong>s em ambiente natural e<br />

entender como esses pre<strong>da</strong>dores influenciam no equilíbrio do ecossistema, através do estudo<br />

de sua <strong>ecologia</strong>, não apenas auxiliam na <strong>conservação</strong> destas espécies, como também podem<br />

auxiliar na <strong>conservação</strong> de to<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de faunística.<br />

A <strong>onça</strong>-pinta<strong>da</strong> é o único representante do gênero Panthera no continente. A espécie<br />

foi classifica<strong>da</strong> em oito sub-espécies distintas, <strong>da</strong>s quais duas ocorrem no Brasil: P. onca<br />

onca, na Bacia Amazônica e Bacia do Rio Orinoco, e P. onca paraguensis (= P. onca<br />

palustris), mais ao sul do Brasil, incluindo o norte <strong>da</strong> Argentina e Paraguai (Seymour, 1989).<br />

No entanto, mais recentemente, Eizirik et al. (2001), através de estudos genéticos, propõem a<br />

divisão <strong>da</strong> espécie em apenas quatro grupos filo-geográficos, não totalmente isolados.<br />

Chegando a pesar 130 kg, as <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s variam seus pesos quanto ao sexo.<br />

Hoogesteijn e Mondolfi (1992) analisaram medi<strong>da</strong>s de comprimento do corpo, comprimento<br />

total, comprimento <strong>da</strong> cau<strong>da</strong> e peso de <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s, machos e fêmeas de diferentes<br />

locali<strong>da</strong>des de sua distribuição geográfica. Esses autores encontraram diferenças significativas<br />

para to<strong>da</strong>s as variáveis, exceto para o comprimento <strong>da</strong> cau<strong>da</strong>, caracterizando o dimorfismo<br />

sexual.<br />

A <strong>onça</strong>-par<strong>da</strong> é caracteriza<strong>da</strong> pela sua cor de pelagem uniforme, sem pintas, variando<br />

de pardo-avermelhado a pardo-acinzentado. Machos pesam entre 55 e 65 kg enquanto fêmeas<br />

pesam entre 35 e 45 kg. Como nas <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s, há um claro dimorfismo sexual em <strong>onça</strong>spar<strong>da</strong>s,<br />

onde machos geralmente pesam 40% a mais do que fêmeas (Logan & Sweanor, 2001).<br />

Com a maior distribuição geográfica entre os mamíferos terrestres do continente americano,<br />

sua área de ocorrência se estende desde o Canadá até o extremo sul do Chile e Argentina.<br />

Único representante do gênero Puma, a espécie é dividi<strong>da</strong> em 30 sub-espécies, <strong>da</strong>s quais<br />

cinco ocorrem no Brasil (Currier, 1983).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!