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ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros

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ambiente físico, no caso de ambientes sazonais, sujeito a mu<strong>da</strong>nças bruscas que influenciem o<br />

comportamento <strong>da</strong> espécie, também devem ser considera<strong>da</strong>s nas interpretações. Essas<br />

informações são determinantes na interpretação dos <strong>da</strong>dos de área de vi<strong>da</strong> de uma espécie, já<br />

que podem influenciar diretamente sua medi<strong>da</strong> (Harris et al., 1990). Sem essas considerações,<br />

medi<strong>da</strong>s de áreas de vi<strong>da</strong> podem se tornar incomparáveis.<br />

Quanto à análise dos <strong>da</strong>dos, deve-se calcular quantos pontos de localizações são<br />

necessários para o tamanho <strong>da</strong> área de vi<strong>da</strong> atingir uma assíntota. Isso é feito projetando o<br />

tamanho <strong>da</strong> área de vi<strong>da</strong> versus o número de localizações obti<strong>da</strong>s e é definido como o número<br />

subseqüente ao qual o aumento no número de localizações não altera significativamente o<br />

tamanho <strong>da</strong> área de vi<strong>da</strong>. Conhecer o valor <strong>da</strong> assíntota é importante para que se possa avaliar<br />

o número médio de localizações necessárias para o cálculo <strong>da</strong> área de vi<strong>da</strong> dos animais<br />

estu<strong>da</strong>dos. O conjunto de <strong>da</strong>dos que não produzem uma assíntota pode ser resultante de<br />

animais em dispersão ou pode significar que o tempo de monitoramento não foi suficiente<br />

para se medir a área de vi<strong>da</strong> do animal estu<strong>da</strong>do (White & Garrot, 1990). Outra questão<br />

importante na coleta e análise dos <strong>da</strong>dos se refere à independência <strong>da</strong>s localizações<br />

sucessivas. Muitos métodos estatísticos de análise de área de vi<strong>da</strong> assumem essa<br />

independência. No entanto, se os <strong>da</strong>dos estiverem temporalmente auto-correlacionados, os<br />

resultados dessas análises tenderão a subestimar a área de vi<strong>da</strong> real (Swihart & Slade, 1985).<br />

Uma forma de “criar” independência entre localizações sucessivas é a de considerar nas<br />

análises apenas localizações obti<strong>da</strong>s em intervalos grandes o suficiente de forma que o animal<br />

tenha tempo de se deslocar para qualquer área de seu território “independentemente” de onde<br />

estava anteriormente (Erickson et al., 2001).<br />

Neste estudo, o cálculo <strong>da</strong> área de vi<strong>da</strong> dos animais foi analisado através do método do<br />

Mínimo Polígono Convexo (MCP) e Média Harmônica (HM) utilizando-se o programa<br />

computacional RANGES VI (Kenward, 2003). Estes dois métodos são os mais utilizados nos<br />

estudos com radio-telemetria e, desta forma, permitem comparações com outros estudos. O<br />

método MCP é também um dos mais antigos e simples modelos para o cálculo de áreas de<br />

vi<strong>da</strong> (Harris et al., 1990). Sua robustez com relação ao número mínimo de localizações<br />

(pequeno) necessárias para o cálculo de uma área de vi<strong>da</strong> é uma vantagem, porém, o MCP<br />

também apresenta uma série de desvantagens. Por exemplo, seus pontos periféricos de união<br />

do polígono podem englobar áreas nunca visita<strong>da</strong>s pela espécie, superestimando sua área de<br />

vi<strong>da</strong>. Ain<strong>da</strong>, através deste método não é possível identificar locais nucleares <strong>da</strong> área de vi<strong>da</strong>,<br />

ou seja, áreas de significativa importância ecológica para o animal estu<strong>da</strong>do. Por outro lado, o<br />

modelo de análise denominado de média harmônica (HM) foi desenvolvido para que um ou

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