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ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros

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O Pantanal representa o maior bloco contínuo de hábitats típicos <strong>da</strong>s <strong>onça</strong>s e<br />

conseqüentemente, possui as maiores populações contínuas de <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s e <strong>onça</strong>s-par<strong>da</strong>s<br />

ao sul <strong>da</strong> Amazônia. Estas populações muito provavelmente desempenham um importante<br />

papel dentro de uma dinâmica de “fonte-sumidouro” para estas espécies em relação à região<br />

do Cerrado e sudoeste <strong>da</strong> Amazônia. Portanto, a sua <strong>conservação</strong> e manutenção têm impactos<br />

positivos relevantes em uma escala ecossistêmica, permitindo, através de corredores naturais<br />

de dispersão, a <strong>conservação</strong> e manutenção do fluxo gênico entre populações residuais<br />

circunvizinhas.<br />

No entanto, a persistência <strong>da</strong>s <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s e <strong>onça</strong>s-par<strong>da</strong>s no Pantanal depende,<br />

basicamente, <strong>da</strong> boa vontade e atitude do segmento <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de que convive diretamente<br />

com estas espécies. Este segmento, representado pela classe produtora pecuarista, muitas<br />

vezes não vislumbra outra alternativa a não ser a eliminação dos pre<strong>da</strong>dores, em função <strong>da</strong><br />

per<strong>da</strong> de seus rebanhos. Portanto, apesar <strong>da</strong> <strong>conservação</strong> destas espécies ser de<br />

responsabili<strong>da</strong>de geral <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, historicamente somente os pecuaristas arcam com o ônus<br />

desta <strong>conservação</strong>.<br />

Como parte do presente estudo, o projeto intitulado “Onça-Social”, visou diagnosticar<br />

o impacto <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção de <strong>onça</strong>s sobre os rebanhos domésticos e utilizar um programa de<br />

compensação financeira para os proprietários a fim de se evitar a retaliação sobre os<br />

pre<strong>da</strong>dores. O projeto foi executado paralelamente ao Programa de Monitoramento de Longa<br />

Duração <strong>da</strong> População de Onça-pinta<strong>da</strong> <strong>da</strong> Região do Pantanal do Rio Negro – MS, que faz<br />

parte <strong>da</strong>s linhas de pesquisas desenvolvi<strong>da</strong>s pela organização não-governamental “Fundo para<br />

a Conservação <strong>da</strong> Onça-Pinta<strong>da</strong> / Jaguar Conservation Fund”. Ambos têm como objetivos a<br />

<strong>conservação</strong> <strong>da</strong> <strong>onça</strong>-pinta<strong>da</strong>, seus hábitats e suas presas em integração com a comuni<strong>da</strong>de<br />

tradicional local.<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

Este estudo foi desenvolvido na região do entorno <strong>da</strong> RPPN Fazen<strong>da</strong> Rio Negro, de<br />

proprie<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Conservation International/Brasil, e em dez proprie<strong>da</strong>des do seu entorno<br />

(Figura 5). A área total do estudo faz limite com o Parque Estadual do Rio Negro,<br />

aumentando, em tese, a área de <strong>conservação</strong> contínua <strong>da</strong>s <strong>onça</strong>s para aproxima<strong>da</strong>mente<br />

200.000 hectares de hábitats naturais e semi-naturais.

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