ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros
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pinta<strong>da</strong>s no Pantanal está em crescimento “exagerado”. Como exemplo, segue abaixo,<br />
trecho transcrito de matéria publica<strong>da</strong> na Revista Veja.<br />
Está sobrando <strong>onça</strong>:<br />
Elas atacam o gado no Pantanal os fazendeiros reagem com a<br />
caça ilegal.<br />
“Está sobrando <strong>onça</strong> na região. Há uma déca<strong>da</strong>, eram necessárias sorte<br />
de ganhador de bingo e paciência de ermitão para topar com uma <strong>onça</strong><br />
na região. Mesmo nos pontos mais remotos, passavam-se semanas sem<br />
que se visse uma única pega<strong>da</strong> do bicho. Hoje em dia, no entanto, quem<br />
desce o Rio São Lourenço, no coração do Pantanal Mato-Grossense,<br />
dificilmente deixa de avistar pelo menos uma <strong>onça</strong>.” (Revista Veja,<br />
20/09/2000).<br />
Até o presente, o Pantanal foi alvo de alguns poucos estudos científicos publicados<br />
sobre <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s e <strong>onça</strong>s-par<strong>da</strong>s (Schaller, 1980; Schaller & Crawshaw, 1980;<br />
Crawshaw & Quigley, 1991), apesar de outros três estudos estarem em an<strong>da</strong>mento na região.<br />
Portanto, a divulgação de notícias sem fun<strong>da</strong>mentação científica, como a transcrita acima,<br />
insinuando o aumento exagerado de população, podem gerar ações ilegais e inapropria<strong>da</strong>s<br />
de “manejo”, por parte de pecuaristas, que trarão conseqüências negativas para a<br />
<strong>conservação</strong> regional <strong>da</strong> espécie (Mittermeier et al., 1990).<br />
Com base nas informações científicas disponíveis sobre <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s e <strong>onça</strong>spar<strong>da</strong>s<br />
na região do Pantanal, sabe-se que a primeira é mais abun<strong>da</strong>nte às margens dos<br />
principais rios de seu interior, em áreas mais baixas, úmi<strong>da</strong>s e floresta<strong>da</strong>s e a segun<strong>da</strong> ocorre<br />
em suas regiões mais altas e secas (Schaller 1980; Swank & Teer, 1989). Desta forma, por<br />
mais abun<strong>da</strong>ntes que as <strong>onça</strong>s possam ser em algumas regiões do Pantanal, não é correto<br />
generalizar suas distribuições, como sugerem Sanderson et al. (2002) com relação à <strong>onça</strong>pinta<strong>da</strong>.<br />
Esses autores indicam uma distribuição <strong>da</strong> espécie em 100% desse ecossistema,<br />
com uma probabili<strong>da</strong>de local de 99% de sobrevivência em longo prazo.<br />
Em decorrência <strong>da</strong> inacessibili<strong>da</strong>de à conversão de certos hábitats, como por exemplo,<br />
as áreas alagadiças (brejos), o Pantanal tenderá a sempre manter uma integri<strong>da</strong>de do ambiente<br />
físico em algumas de suas regiões. No entanto, para a preservação de fato e, em perspectiva de<br />
longo prazo, é necessário que uma área de preservação seja realmente demarca<strong>da</strong> e protegi<strong>da</strong>