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ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros

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19<br />

A vegetação do Parque é composta por dez fitofisionomias: Mata Ciliar, Campo Úmido,<br />

Campo de Murunduns, Vere<strong>da</strong>, Mata Mesofítica de Interflúvio, Campo Limpo, Campo Sujo,<br />

Campo Cerrado, Cerrado “strictu sensu” e Cerradão (IBDF/FBCN, 1981). No entanto, o Campo<br />

Sujo corresponde a aproxima<strong>da</strong>mente 95% <strong>da</strong> área total do Parque, onde habitam as maiores<br />

populações contínuas de espécies endêmicas a esse hábitat (Erize, 1977; Schaller, 1976;<br />

Redford, 1985).<br />

O PNE protege populações de, no mínimo, dezesseis espécies de mamíferos<br />

ameaça<strong>da</strong>s de extinção, conforme classificação <strong>da</strong> IUCN e IBAMA (IUCN, 1982; MMA,<br />

2003), como por exemplo, tamanduá bandeira (Myrmecophaga tri<strong>da</strong>ctyla), veado-campeiro<br />

(Ozotocerus bezoarticus), cachorro-do-mato-vinagre (Speothos venaticus) e lobo-guará<br />

(Chrysocyon brachyurus). Das 23 espécies de mamíferos carnívoros que ocorrem no Cerrado,<br />

18 podem ser encontra<strong>da</strong>s na região do PNE (Silveira, 1999). O Parque provavelmente<br />

protege uma <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des mais completas de carnívoros do Cerrado do Sistema de<br />

Uni<strong>da</strong>des de Conservação Brasileira. Entre as espécies mais ameaça<strong>da</strong>s que ocorrem na área<br />

estão a <strong>onça</strong>-pinta<strong>da</strong>, o gato-palheiro (Oncifelis colocolo) e cahorro-do-mato-vinagre<br />

(Silveira, 1995; Silveira et al., 1998).<br />

Internacionalmente famoso pela facili<strong>da</strong>de em que a fauna de grandes mamíferos pode<br />

ser observa<strong>da</strong>, em especial as espécies ameaça<strong>da</strong>s, o Parque recebeu grandes elogios dos<br />

primeiros pesquisadores visitantes. Schaller (1976) comparou o PNE como o equivalente à<br />

exuberante paisagem e fauna <strong>da</strong> savana africana no Serengeti. Erize (1977) diz tratar-se do<br />

mais importante Parque brasileiro, enquanto que Redford (1985) o classificou de reserva<br />

singular na América Latina. Ain<strong>da</strong>, em decorrência de sua riqueza e abundância faunística o<br />

Parque hoje acumula os títulos <strong>da</strong> UNESCO de Reserva <strong>da</strong> Biosfera e Patrimônio Natural <strong>da</strong><br />

Humani<strong>da</strong>de. Apesar <strong>da</strong> sua importância biológica, poucos estudos científicos se acumularam<br />

no Parque até o presente.<br />

Entorno do Parque <strong>da</strong>s Emas: Passado e Presente<br />

Até a déca<strong>da</strong> de 70, o entorno do Parque era composto por latifúndios, destinados à<br />

criação extensiva de gado que, com o manejo do fogo, utilizavam a rebrota do capim nativo.<br />

Com os programas de incentivo do Governo Federal para a abertura de novas fronteiras<br />

agrícolas, como o POLOCENTRO, a região transformou-se na maior produtora de grãos do<br />

Estado. Conseqüentemente, a vegetação nativa do entorno do Parque deu lugar a extensas<br />

lavouras de grãos, como a soja e o milho, isolando o PNE do contato direto com outras áreas

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