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ecologia comparada e conservação da onça-pintada - Pró-Carnívoros

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215<br />

DISCUSSÃO<br />

DISTRIBUIÇÃO ATUAL DE ONÇA-PINTADA E ONÇA-PARDA NO CERRADO E<br />

PANTANAL<br />

As <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s e <strong>onça</strong>s-par<strong>da</strong>s são espécies com alta exigência ecológica, ocupam<br />

grandes áreas, são territoriais, encontram-se relativamente em baixas densi<strong>da</strong>des e são<br />

especialistas quanto às suas dietas (Swank & Teer, 1989; Sanderson et al., 2002). Estas<br />

características ecológicas as tornam muito mais vulneráveis à extinção do que outras<br />

espécies animais, já que estão muito mais dependentes <strong>da</strong> complexa dinâmica ecológica que<br />

envolve presa-pre<strong>da</strong>dor, regi<strong>da</strong>s por variáveis ambientais (Berger & Wehousen, 1991;<br />

Terborgh et al., 1999). Sendo assim, a distribuição atual dessas espécies indica que o uso<br />

antrópico do Cerrado e Pantanal seja através <strong>da</strong> conversão e fragmentação de hábitats<br />

naturais, pecuária extensiva, caça ou mesmo turismo, podem ameaçar a sua persistência<br />

nestes ecossistemas, reduzindo suas populações a tamanhos geneticamente inviáveis.<br />

O Cerrado e Pantanal juntos são considerados o maior bloco contínuo de hábitats<br />

para as <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s fora <strong>da</strong> região amazônica. Na escala ecossistêmica, as <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s<br />

e par<strong>da</strong>s ain<strong>da</strong> podem ser encontra<strong>da</strong>s no eixo sudoeste – nordeste do bioma Cerrado,<br />

coincidindo com a região nordeste do estado do Mato Grosso, norte de Goiás, centro do<br />

Tocantins e sul do Maranhão, sendo que, devido aos requerimentos ecológicos mais<br />

flexíveis, a <strong>onça</strong>-par<strong>da</strong> tem distribuição mais abrangente do que a <strong>onça</strong>-pinta<strong>da</strong>. A região<br />

norte do Tocantins ain<strong>da</strong> é desconheci<strong>da</strong> quanto a presença atual dessas duas espécies<br />

(Sanderson et al., 2002).<br />

As diferenças paisagísticas, principalmente de solo, relevo e hidrografia, entre os<br />

biomas Cerrado e Pantanal, resultam em diferentes formas de utilização antrópica, o que<br />

reflete em distintos graus de ameaça para as <strong>onça</strong>s. Os <strong>da</strong>dos de distribuição histórica e<br />

atuais <strong>da</strong>s duas espécies indicam que <strong>onça</strong>s-pinta<strong>da</strong>s e <strong>onça</strong>s-par<strong>da</strong>s possuem tolerâncias<br />

diferencia<strong>da</strong>s à conversão de hábitats, sendo a primeira muito mais sensível a perturbações<br />

ambientais. Abaixo segue uma breve avaliação <strong>da</strong>s distribuições atuais <strong>da</strong>s duas espécies nos<br />

biomas Pantanal e Cerrado.<br />

PANTANAL<br />

O Pantanal se caracteriza como uma planície, e é muitas vezes considerado,<br />

erroneamente, como um ambiente homogêneo que, teoricamente, abrigaria em to<strong>da</strong> a sua

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