Dificuldades de comunicação e sinalização - Livros Grátis
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estrutura acústica quanto à i<strong>de</strong>ntificação simbólica da linguagem. Um bebê que<br />
nasce surdo balbucia como um <strong>de</strong> audição normal, mas suas emissões começam<br />
a <strong>de</strong>saparecer à medida que não tem acesso à estimulação auditiva externa, fator<br />
<strong>de</strong> máxima importância para a aquisição da linguagem oral. Assim, tampouco<br />
adquire a fala como instrumento <strong>de</strong> comunicação, uma vez que, não a percebendo,<br />
não se interessa por ela e, não tendo retorno auditivo, não possui mo<strong>de</strong>lo para<br />
dirigir suas emissões. Esse indivíduo geralmente utiliza uma linguagem gestual,<br />
e po<strong>de</strong>rá ter pleno <strong>de</strong>senvolvimento lingüístico por meio da língua <strong>de</strong> sinais.<br />
Atualmente, muitos surdos e pesquisadores consi<strong>de</strong>ram que o termo “surdo” referese<br />
ao indivíduo que percebe o mundo por meio <strong>de</strong> experiências visuais e opta por<br />
utilizar a língua <strong>de</strong> sinais, valorizando a cultura e a comunida<strong>de</strong> surda.<br />
A princípio, a língua materna é uma língua adquirida naturalmente pelos indivíduos<br />
em seu contexto familiar. Imersa no ambiente lingüístico, qualquer criança ouvinte chega à<br />
escola falando sua língua materna, cabendo à escola apenas a sistematização do conhecimento.<br />
Como a maioria das crianças surdas não têm imersão lingüística idêntica à dos ouvintes em<br />
suas famílias, a escola passa a assumir a função também <strong>de</strong> oferecer-lhe condições para<br />
aquisição da língua <strong>de</strong> sinais e para o aprendizado da língua portuguesa.<br />
As alternativas <strong>de</strong> atendimento para os alunos com sur<strong>de</strong>z estão intimamente<br />
relacionadas às condições individuais do educando e às escolhas da família. O grau e o tipo<br />
da perda auditiva, a época em que ocorreu a sur<strong>de</strong>z e a ida<strong>de</strong> em que começou a sua educação<br />
são fatores que irão <strong>de</strong>terminar importantes diferenças em relação ao tipo <strong>de</strong> atendimento a<br />
ser <strong>de</strong>senvolvido com o aluno, e em relação aos resultados.<br />
Quanto maior for a perda auditiva, maior será o tempo em que o aluno precisará receber<br />
atendimento especializado para o aprendizado da língua portuguesa oral. Tal perda, no<br />
entanto, não traz nenhum problema lingüístico para o <strong>de</strong>senvolvimento e aquisição da língua<br />
brasileira <strong>de</strong> sinais – LIBRAS.<br />
2.3 I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> crianças com sur<strong>de</strong>z<br />
DO NASCIMENTO AOS TRÊS ANOS DE IDADE:<br />
- o recém-nascido não reage a um forte bater <strong>de</strong> palmas, numa distância <strong>de</strong> 30 cm;<br />
- o recém-nascido <strong>de</strong>senvolve-se normalmente nas áreas que não envolvem a<br />
audição, quando propriamente estimulado.<br />
DOS TRÊS AOS SEIS MESES DE IDADE:<br />
- a criança não procura, com os olhos, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem um <strong>de</strong>terminado som;<br />
- a criança não respon<strong>de</strong> à fala dos pais;<br />
- a criança po<strong>de</strong> interagir com os pais, se a abordagem for visual.<br />
DOS SEIS AOS DEZ MESES DE IDADE:<br />
- a criança não aten<strong>de</strong> quando é chamada pelo nome, não aten<strong>de</strong> a campainha da<br />
porta ou à voz <strong>de</strong> alguém;<br />
20 DIFICULDADES DE COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO - SURDEZ