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Dificuldades de comunicação e sinalização - Livros Grátis

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ligeira apresentação técnica do caso, é vital que o coor<strong>de</strong>nador pedagógico ou o professor<br />

explique a todo o pessoal docente e <strong>de</strong> apoio a melhor maneira <strong>de</strong> relacionar-se com a criança<br />

com sur<strong>de</strong>z. Isso ajuda a seguir uma metodologia e linha <strong>de</strong> trabalho para integrá-la mais<br />

rapidamente e mais serenamente na comunida<strong>de</strong> escolar e, ao mesmo tempo, para<br />

proporcionar a essa comunida<strong>de</strong> escolar seu enriquecimento.<br />

As inevitáveis perguntas dos coleguinhas que ouvem <strong>de</strong>vem ser respondidas. Além <strong>de</strong><br />

revelar que a criança utiliza as mãos para conversar e que ela não escuta, po<strong>de</strong>-se fazer com<br />

eles uma experiência <strong>de</strong> utilizar as mãos para falar e do que significa não ouvir (não ouvir a<br />

mãe, a professora, a televisão, a buzina do carro). O professor <strong>de</strong>ve explicar-lhes que o aparelho<br />

que ela usa po<strong>de</strong> ajudá-la, mas não a faz ouvir. Eles <strong>de</strong>vem ser orientados para que possam<br />

ajudar a coleguinha surda. É importante criar uma atmosfera <strong>de</strong> cooperação e solidarieda<strong>de</strong><br />

e permitir que a criança com sur<strong>de</strong>z faça as coisas normalmente, obe<strong>de</strong>cendo também aos<br />

limites comportamentais como as <strong>de</strong>mais crianças.<br />

É sempre pru<strong>de</strong>nte não colocá-la para iniciar as ativida<strong>de</strong>s, mas <strong>de</strong>ixar que outros alunos<br />

executem primeiro o jogo, especialmente se as orientações <strong>de</strong> uma brinca<strong>de</strong>ira foram dadas<br />

com muita conversa. Em <strong>de</strong>terminadas brinca<strong>de</strong>iras, on<strong>de</strong> a ênfase é a fala ou o som, <strong>de</strong>ve-se<br />

estudar uma maneira <strong>de</strong> ela interagir: ou lhe dando um apoio visual (língua <strong>de</strong> sinais) ou dandolhe<br />

um papel em que ela possa utilizar a imitação. A criança percebe muito bem quando é<br />

incluída ou não no grupo.<br />

Com o tempo, o professor <strong>de</strong>scobre que, além da mãe ou <strong>de</strong> algum outro membro familiar,<br />

sabe entendê-la e po<strong>de</strong> fazê-la perceber suas vitórias, colocar limites e valorizar seus esforços.<br />

A preocupação do professor é em não <strong>de</strong>ixá-la muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>le, dando-lhe espaço <strong>de</strong><br />

autonomia como a qualquer outra criança, mas, ao mesmo tempo, propiciar lugares e papéis<br />

mais apropriados, para que saiba integrar-se e tomar suas <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>ntro da turma.<br />

A presença <strong>de</strong> um professor ou instrutor surdo po<strong>de</strong> cooperar para a construção da<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da criança e <strong>de</strong> sua linguagem, pois a i<strong>de</strong>ntificação com o outro surdo (pares<br />

surdos) tem uma perspectiva positiva para o fortalecimento <strong>de</strong> uma personalida<strong>de</strong> forte e<br />

auto-estima saudável.<br />

Em termos <strong>de</strong> comunicação, o professor <strong>de</strong>ve utilizar a língua <strong>de</strong> sinais, assumindo o<br />

compromisso <strong>de</strong> repassar tal conhecimento aos outros membros da escola, cobrando <strong>de</strong>les o<br />

estímulo contínuo à criança. É fácil reconhecer as potencialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma criança com sur<strong>de</strong>z.<br />

Quando ela começa a se expressar em língua <strong>de</strong> sinais e <strong>de</strong>pois oralmente, é importante<br />

vivenciar todos os dias, com vivacida<strong>de</strong>, os rituais da chegada e da saída – Oi! Tchau!!; - as<br />

expressões emotivas <strong>de</strong> dor, surpresa, alegria – Ooh! – Ai! Ai! – Caiu! – Uuh!; a escolha – Sim<br />

– Não; - cobrar com o sorriso, mas com insistência, as tentativas <strong>de</strong> emissão dos pedidos (O<br />

que você quer? Não estou ouvindo nada! Aaa (você está pedindo água); – uo (está pedindo<br />

suco); –poa (está pedindo a bola, ou coisas parecidas); o nomear as coisas quando aponta (é<br />

o au au! - é o carro! E quando ela fala Ao... Sim, é o carro!). Até que um dia a criança chegará<br />

perto <strong>de</strong> alguém e dirá au au! e apontará para o cachorro.<br />

Quando a criança surda se encontra na creche, facilmente é envolvida nas amiza<strong>de</strong>s<br />

com os <strong>de</strong>mais alunos. A comunicação entre os colegas po<strong>de</strong>rá ser mais fácil e espontânea<br />

se o professor surdo ensinar a todos a língua <strong>de</strong> sinais. O professor ouvinte po<strong>de</strong> aproveitar<br />

essa nova situação para solicitar aos coleguinhas que interpretem as mais variadas situações<br />

<strong>de</strong> comunicação, permitindo assim a construção <strong>de</strong> valores como a colaboração, a partilha, o<br />

perdão, o pedir <strong>de</strong>sculpas, a responsabilida<strong>de</strong>, e a or<strong>de</strong>m, por meio da imitação e do exemplo.<br />

DIFICULDADES DE COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO - SURDEZ 55

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