07.11.2014 Views

Dificuldades de comunicação e sinalização - Livros Grátis

Dificuldades de comunicação e sinalização - Livros Grátis

Dificuldades de comunicação e sinalização - Livros Grátis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Existem teorias que enfatizam que os três primeiros anos <strong>de</strong> vida são fundamentais para<br />

o aprendizado <strong>de</strong> línguas, e que, a partir dos sete anos, o aprendizado torna-se mais difícil.<br />

Experiências têm mostrado que não há interferência no aprendizado concomitante <strong>de</strong><br />

duas línguas. O importante é proporcionar momentos distintos para que a criança possa estar<br />

exposta a cada língua. O aprendizado <strong>de</strong> uma língua não acontece <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>scontextualizada.<br />

Portanto, é importante estar atento para que a criança possa vivenciar a língua, utilizando-a.<br />

As línguas adquiridas são utilizadas para diferentes objetivos e funções, em contextos<br />

e ambientes específicos.<br />

O importante, como já foi mencionado, é permitir a construção <strong>de</strong> uma linguagem<br />

elaborada. Depen<strong>de</strong>ndo da estimulação recebida ou da característica individual <strong>de</strong> cada criança<br />

com sur<strong>de</strong>z, seu aprendizado acadêmico será melhor elaborado em uma ou em outra língua.<br />

Definir que uma criança com perda auditiva leve e mo<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>ve ser educada<br />

prioritariamente na língua portuguesa oral e que outra com perda severa <strong>de</strong>ve ser educada<br />

em língua <strong>de</strong> sinais é padronizar, e não observar a individualida<strong>de</strong> e a estimulação recebida<br />

pela criança e ignorar que a língua portuguesa não é uma língua natural do ponto <strong>de</strong> vista da<br />

aquisição. No entanto, experiências têm <strong>de</strong>monstrado que a gran<strong>de</strong> maioria das crianças<br />

surdas (com perda severa e profunda) <strong>de</strong>senvolvem-se melhor quando, na escola, a língua<br />

instrucional é a língua <strong>de</strong> sinais, enquanto que aquelas com perda leve e mo<strong>de</strong>rada<br />

<strong>de</strong>senvolvem-se melhor quando, na escola, a língua instrucional é a língua portuguesa oral.<br />

Sendo a língua <strong>de</strong> sinais a primeira língua, a segunda língua (língua portuguesa) <strong>de</strong>ve<br />

ser <strong>de</strong>senvolvida em outro momento, <strong>de</strong>ntro da escola.<br />

A inclusão <strong>de</strong> aluno com sur<strong>de</strong>z leve e mo<strong>de</strong>rada, em princípio, po<strong>de</strong> ocorrer<br />

naturalmente em creches e classes comuns da pré-escola regular, on<strong>de</strong> a língua portuguesa<br />

é a língua <strong>de</strong> instrução e on<strong>de</strong> ele conte com apoio <strong>de</strong> salas <strong>de</strong> recursos para a aquisição da<br />

LIBRAS e para o <strong>de</strong>senvolvimento da língua portuguesa (oral e escrita). Essa complementação<br />

<strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>senvolvida em outro local, estruturado para esse fim, como por exemplo a sala <strong>de</strong><br />

recursos. Na sala <strong>de</strong> recursos, o adulto com sur<strong>de</strong>z po<strong>de</strong> ensinar-lhe a LIBRAS em momento<br />

distinto do ensino da língua portuguesa oral.<br />

No caso da criança com sur<strong>de</strong>z severa ou profunda, sugere-se que a língua instrucional<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento curricular <strong>de</strong>va ser a língua <strong>de</strong> sinais, garantindo o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da língua portuguesa oral em outro momento específico, <strong>de</strong> preferência com outro professor.<br />

A inclusão do aluno com sur<strong>de</strong>z, salvo raras exceções, <strong>de</strong>ve ter, portanto, um caráter mais<br />

social, por isso muitas escolas optam pela classe especial.<br />

A presença <strong>de</strong> um professor/instrutor com sur<strong>de</strong>z proporcionará à criança a aquisição<br />

da LIBRAS e o <strong>de</strong>senvolvimento do processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação com seu semelhante. Dessa<br />

forma, ela também apren<strong>de</strong>rá a conviver e aceitar a diferença, <strong>de</strong>senvolvendo a auto-estima.<br />

Os pais, por sua vez, apren<strong>de</strong>rão com o professor com sur<strong>de</strong>z a se comunicar com seu filho,<br />

acreditarão no <strong>de</strong>senvolvimento do seu potencial e permitirão que se <strong>de</strong>senvolva, aceitando<br />

a sua diferença e convivendo com ela.<br />

O ensino da língua portuguesa oral <strong>de</strong>verá ser efetivado por professor com formação<br />

específica para essa função. Para auxiliar no processo <strong>de</strong> aquisição da língua portuguesa<br />

oral, ele <strong>de</strong>ve contar com a ajuda dos pais e, se possível, <strong>de</strong> fonoaudiólogo.<br />

Além do professor, o sistema educacional (secretarias <strong>de</strong> educação) <strong>de</strong>ve viabilizar o<br />

sistema <strong>de</strong> apoio ao aluno com sur<strong>de</strong>z, inclusive a sala <strong>de</strong> recursos. Deve também estabelecer<br />

parcerias entre secretarias <strong>de</strong> Governo, para que esses alunos sejam atendidos também por<br />

assistentes sociais e fonoaudiólogos.<br />

DIFICULDADES DE COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO - SURDEZ 23

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!