Embrapa SuÃnos e Aves
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SIMPÓSIO PRODUÇÃO ANIMAL E RECURSOS HÍDRICOS<br />
8 e 9 de julho de 2010 – Concórdia, SC - Brasil<br />
USO DE ESTERCOS COMO FERTILIZANTE E O POTENCIAL<br />
IMPACTO NOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS E<br />
SUBTERRÂNEOS<br />
Milton da Veiga 1 e Carla Maria Pandolfo 2<br />
Resumo<br />
O aumento do rebanho de bovinos, suínos e aves nas regiões Meio Oeste e<br />
Oeste catarinense, associado à concentração da atividade em poucas unidades de<br />
produção, principalmente a criação de suínos, têm aumentado o volume de estercos<br />
e a necessidade de aplicação no solo, muitas vezes em quantidades que extrapolam<br />
as recomendações como fertilizante. A recomendação de aplicação de doses de<br />
estercos pelo elemento mais limitante no solo, resultando em sobra dos demais, ou<br />
a aplicação em quantidades elevadas, como descarte, em solos e sistemas de<br />
culturas com capacidade de reciclagem limitada, aumentam os riscos de causar<br />
danos ao ambiente. Entre os fatores potencialmente poluidores, destacam-se o<br />
acúmulo acentuado de nutrientes na camada superficial do solo ou sua lixiviação<br />
através do perfil. No primeiro caso, os nutrientes podem ser transportados por<br />
erosão até os mananciais de água, adsorvidos nos colóides do solo (MORI et al.,<br />
2009), podendo causar a eutroficação (P) ou contaminação de águas superficiais<br />
com metais pesados (Cu e Zn). No segundo caso, os nutrientes (principalmente o N)<br />
podem ser lixiviados pelo perfil (AITA e GIACOMINI, 2008; MENEZES et al., 2007) e<br />
atingir os mananciais de água subterrâneos, resultando na sua contaminação com<br />
nitrato. Apesar dos possíveis problemas decorrentes da aplicação de estercos nas<br />
lavouras, o seu uso como fonte de nutrientes para culturas ou pastagens se constitui<br />
em uma opção técnica e economicamente viável, desde que observadas as<br />
características dos estercos e do solo, as necessidades das culturas e os efeitos<br />
sobre o ambiente.<br />
Necessidade de nutrientes para as culturas<br />
O diagnóstico da fertilidade do solo é feito pelo enquadramento dos<br />
resultados das análises do solo e de tecido vegetal em faixas, conforme a<br />
probabilidade de resposta das culturas (CQFS-NRS, 2004). Com base em curvas de<br />
calibração (Figura 1), foram definidos os teores críticos para cada nutriente, acima<br />
dos quais a probabilidade de resposta das culturas à adição de fertilizantes e<br />
corretivos é pequena ou nula.<br />
1 Eng. Agr. Dr. em Ciência do Solo, pesquisador da Epagri/EECN e professor da Unoesc, Campos Novos/SC.<br />
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Eng. Agr. Dr. em Ciência do Solo, pesquisadora da Epagri/SEECN, Campos Novos/SC.<br />
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