Embrapa SuÃnos e Aves
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SIMPÓSIO PRODUÇÃO ANIMAL E RECURSOS HÍDRICOS<br />
8 e 9 de julho de 2010 – Concórdia, SC - Brasil<br />
maneira satisfatória, diversos fatores devem ser observados. Entre estes, a água<br />
constitui elemento importantíssimo, não só no que diz respeito à quantidade, como<br />
também, à qualidade. Sendo a água o nutriente de maior importância nos<br />
estabelecimentos leiteiros, não só como bebida animal, mas também, por sua<br />
utilização em atividades relacionadas à ordenha.<br />
As vacas leiteiras têm em sua composição corporal, 55 a 65% de água<br />
(NUTRIENT..., 1989), sendo essa a exigência e necessidade para a atividade do<br />
animal (estabulado ou em pastejo), temperatura e umidade do ambiente, freqüência<br />
respiratória, estado fisiológico, composição da dieta, consumo de matéria seca e<br />
nível de produção.<br />
Além disso, o leite contém em sua composição, cerca de 87% de água, onde<br />
a restrição deste constituinte, reduz consideravelmente sua produção (Lagger et al.,<br />
2000). As vacas em lactação demandam grande quantidade de água em relação ao<br />
seu peso vivo e ao nível de produção, devido à grande participação da água, como<br />
principal constituinte do leite. Assim, a obtenção de leite de qualidade está sujeita a<br />
vários desafios, em especial àqueles que têm relação direta com a qualidade da<br />
água. Entre eles destacam-se a manutenção da saúde do animal e condições de<br />
higiene tanto das instalações como dos equipamentos utilizados pelo ordenhador<br />
(Misas Restrepo, 1998).<br />
São poucos estudos relacionados à quantificação e determinação da<br />
demanda de água na atividade leiteira, porém, alguns manuais de qualidade<br />
distribuídos por empresas de laticínios aos seus produtores, apresentam alguns<br />
dados relevantes, como a demanda média de 40 a 120 litros de água por animal<br />
adulto; 100 litros de água por vaca ordenhada, acrescidos de seis litros de água para<br />
cada litro de leite produzido; e, 25 litros de água por metro quadrado de área de<br />
limpeza das instalações. Além disso, outros dados se encontram relacionados à<br />
industrialização que também devem ser contabilizados na produção de leite, como<br />
por exemplo, o uso médio de cinco a seis litros de água para cada quilograma de<br />
queijo a ser produzido pela indústria laticinista, assim como, média de dosi litros de<br />
água para cada litro de leite pasteurizado produzido. Mesmo que o abate não esteja<br />
relacionado de forma direta à produção de leite, deve-se contabilizar e levar em<br />
consideração os animais descartes enviados para abate, que em planta frigorífica<br />
demandam em torno de 1.500 litros de água por animal abatido (CCPRMG, 2004).<br />
Segundo a National Geographic (2010), o pesquisador holandês Arjen<br />
Hoekstra e seus colaboradores da UNESCO calcularam a água virtual gasta na<br />
produção de mercadorias, de modo a oferecer um critério para o manejo da água e<br />
permitir que países, empresas e indivíduos tenham uma idéia mais clara do que<br />
estão gastando. Assim, trilhões de litros de “água virtual” são transferidos nas trocas<br />
globais de produtos agropecuários, algo comparável com o volume que escoa<br />
anualmente pelo rio Congo. As principais regiões exportadoras de carne e cereais<br />
são, portanto, as maiores exportadoras de “água virtual”. Para alimentar a<br />
população, a eficiência no uso da água terá de dobrar nos próximos 20 anos. O<br />
cálculo do valor de exportações dependentes do uso intensivo de “água virtual” terá<br />
de levar em conta a escassez crescente desse precioso recurso natural. Conforme<br />
tais estudos, a “água virtual” presente em bovinos, suínos e aves inclui aquela<br />
ingerida pelos animais e a usada no cultivo de seus alimentos e limpeza de seus<br />
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