Embrapa SuÃnos e Aves
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SIMPÓSIO PRODUÇÃO ANIMAL E RECURSOS HÍDRICOS<br />
8 e 9 de julho de 2010 – Concórdia, SC - Brasil<br />
utensílios, equipamentos de ordenha, latões e tanques refrigeradores. As principais<br />
características físico-químicas da água relevantes no processo de limpeza e<br />
desinfecção são: dureza e pH.<br />
A dureza da água é caracterizada pela capacidade de neutralizar – precipitar<br />
sabões - sendo calculada a partir da soma das concentrações dos íons cálcio e<br />
magnésio na água, como equivalentes de carbonato de cálcio (CaCO3), expressos<br />
em ppm ou em mg/litro. Geralmente, quando a água contém menos de 100 ppm de<br />
CaCO3, ela é considerada como “mole”; até 270 ppm, “semi-dura”; menos de 360<br />
ppm, “dura” e acima de 470 ppm, “muito dura”. Estes sais formam a chamada “pedra<br />
de leite”, sendo necessário para sua eliminação, o uso de detergentes ácidos em<br />
maior freqüência e concentração. Isso eleva os custos de produção, pois a água<br />
dura diminui as concentrações ideais dos princípios ativos das soluções, interferindo,<br />
portanto, nas suas propriedades. Há uma reação entre os compostos do detergente<br />
e os íons cálcio e magnésio presentes na água dura que produz precipitados<br />
insolúveis. O detergente acaba, por conseguinte, apresentando ação reduzida e<br />
menor capacidade de formar espuma, não atingindo o pH ideal da solução de<br />
limpeza. Além do cálcio, outros elementos como ferro, zinco, alumínio e manganês<br />
podem contribuir para a dureza da água e serem tóxicos quando em altas<br />
concentrações (Lagger et al., 2000).<br />
A concentração de cálcio e outros íons na água, também leva à formação dos<br />
chamados biofilmes que provocam contaminações tardias no leite produzido,<br />
independentemente do pH da água ou da presença de NaHCO3. Com o aumento da<br />
temperatura no pré-enxagüe (> 60ºC), a formação de biofilme pode ocorrer devido à<br />
precipitação de proteínas (Spiro e Chong, 1997). A conhecida “pedra de leite”<br />
constitui precipitados insolúveis que se depositam nas tubulações formando<br />
incrustações de cor branca, as quais podem albergar microrganismos, recebendo<br />
então a denominação correta de biofilme, sendo mais uma fonte de contaminação<br />
bacteriana do leite. Também podem diminuir a vida útil de determinados<br />
equipamentos, eventualmente, dificultando ou até mesmo impedindo a abertura de<br />
válvulas, danificando os aquecedores (Ruzante e Fonseca, 2001).<br />
Estes biofilmes, normalmente formados nas curvas das tubulações do<br />
equipamento de ordenha mecanizada, levam a contaminação posterior do leite<br />
quando a higienização do equipamento não é adequada. São geralmente formados<br />
por deposição de resíduos de gordura, proteína, lactose e sais que se incrustam nas<br />
instalações. Torna-se então necessária sua retirada por meio de limpeza manual, ou<br />
mesmo por sistema CIP (“cleanning in place”), assim como, monitorização da<br />
temperatura da água (que deve ser elevada) e, também, a concentração dos<br />
agentes sanificantes utilizados, de acordo com a dureza da água utilizada. De<br />
acordo com Spiro e Chong (1997), a quantidade de biofilme formado nas instalações<br />
é inversamente proporcional à temperatura da água durante o processo de limpeza.<br />
Além da temperatura, a formação destes biofilmes está diretamente relacionada à<br />
concentração de cálcio e outros minerais, além da proteína e glóbulos de gordura do<br />
leite. Conseqüentemente, a formação de biofilmes pode comprometer diretamente a<br />
qualidade microbiológica do leite, pois é meio propício para manutenção<br />
demicrorganismos contaminantes.<br />
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