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Embrapa Suínos e Aves

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SIMPÓSIO PRODUÇÃO ANIMAL E RECURSOS HÍDRICOS<br />

8 e 9 de julho de 2010 – Concórdia, SC - Brasil<br />

podendo significar presença de bactérias patogênicas e risco para a saúde humana<br />

(Pedraza, 1998).<br />

Práticas sanitárias deficientes associadas ao uso de água de baixa qualidade<br />

levam a contaminação do leite produzido. O uso de água de baixa qualidade durante<br />

a ordenha em fazendas leiteiras merece atenção urgente pelos riscos de problemas<br />

econômicos e relacionados à saúde pública (Adesiyun et al., 1997). Numerosos<br />

agentes infecciosos podem ser transmitidos por ingestão, contato e inalação de<br />

água contaminada e entre as principais doenças associadas à água, destacam-se a<br />

gastroenterite, a hepatite, as lesões de pele, as conjuntivites, as otites, as infecções<br />

respiratórias e as infecções generalizadas (Moe, 1997). De acordo com a<br />

Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% das doenças que ocorrem em países<br />

em desenvolvimento são ocasionadas pela contaminação da água. Águas poluídas<br />

também afetam animais, podendo causar diarréias e mastites, reduzindo a<br />

produtividade.<br />

Em estudos realizados por Adesiyun et al. (1997), constatou-se que das<br />

amostras de leite cru coletadas em tanques de expansão, 47% apresentaram-se<br />

positivas para Escherichia coli, sendo que, somente 5% destas, estavam associadas<br />

à mastite subclínica. Isto reforça a importância da adoção de práticas de higiene na<br />

obtenção do leite. O pH ótimo para o crescimento e desenvolvimento de Escherichia<br />

coli é de 6,0 a 8,0, coincidindo exatamente com os valores de pH encontrados na<br />

água. Isso justifica a importância da água como potencial fonte de contaminação de<br />

coliformes.<br />

Lagger et al. (2000), controlando a qualidade da água de propriedades de<br />

Buenos Aires (Argentina) com o objetivo de melhorar a qualidade e produtividade de<br />

leite, observaram excelentes resultados. Os objetivos incluíam controles periódicos<br />

da quantidade e qualidade da água destinada aos animais, visto que o consumo<br />

adequado de água aumenta a produção em até 5%; limpeza periódica e eliminação<br />

de algas, visto que existem sete variedades de algas tóxicas; adequada pressão<br />

para o transporte de água nos encanamentos; checagem de possível corrente<br />

elétrica nos bebedouros; instalação de medidores de água para acompanhar o<br />

consumo e desperdícios; e por fim, registros dos aumentos de produção de leite,<br />

devido a melhor utilização e aproveitamento da água. Os autores concluíram que a<br />

qualidade da água depende do uso que se dá à mesma. Se nas primeiras<br />

observações suspeita-se de problemas, é recomendável realizar análises físicoquímicas<br />

e microbiológicas para confirmação. A cloração da água pode resultar em<br />

medida efetiva para eliminar bactérias, quando em concentrações de 3 a 4 ppm.<br />

Moreira et al. (1973), ao analisarem 17 amostras de água provenientes de<br />

poços comuns de propriedades leiteiras de Minas Gerais, observaram que 10<br />

apresentavam contaminação de origem fecal, devido à má localização de<br />

instalações sanitárias. Já Viana et al. (1975), analisando 80 amostras de água de<br />

granjas avícolas de 22 municípios de Minas Gerais, encontraram em condições de<br />

potabilidade, respectivamente: poços rasos (12,8%), poços artesianos (18,2%),<br />

nascentes (12,5%) e córregos, rios, lagoas e riachos (7,1%).<br />

Estudos realizados pela CONAPROLE (Cooperativa Nacional de Productores<br />

de Leche) e pela Faculdade de Medicina Veterinária de Montevideo indicaram alto<br />

nível de contaminação microbiológica das águas de propriedades leiteiras do<br />

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