Embrapa SuÃnos e Aves
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SIMPÓSIO PRODUÇÃO ANIMAL E RECURSOS HÍDRICOS<br />
8 e 9 de julho de 2010 – Concórdia, SC - Brasil<br />
Em propriedades rurais destinadas à produção leiteira, a água também se<br />
destaca como via de transmissão de agentes causadores de mastite. Entre esses<br />
microrganismos causadores de mastite, destaca-se o Staphylococcus aureus. Já a<br />
infecção da glândula mamária por Staphylococcus coagulase negativa é de alta<br />
incidência e longa duração, podendo ainda, afetar a composição e a produção do<br />
leite. Esses fatores justificam a atenção dada a esses microrganismos como agentes<br />
etiológicos da mastite bovina (Timmis e Schultz, 1987).<br />
Schukken et al. (1992) demonstraram que o risco de mastite por<br />
Staphylococcus aureus aumenta quando se utiliza água não tratada no processo de<br />
obtenção do leite ou quando a água usada para lavagem dos tetos está<br />
contaminada por coliformes. Alguns autores verificaram associação entre a<br />
qualidade microbiológica da água utilizada na produção de leite e a ocorrência de<br />
mastite nos rebanhos. A incidência de mastite foi de 22,4% quando a água era de<br />
boa qualidade e de 38,0% quando de má qualidade (Hutabarat et al., 1985).<br />
Com o objetivo de verificar o papel da água utilizada durante a produção do<br />
leite como via de transmissão de Staphylococcus sp., Amaral et al. (2003) realizaram<br />
a contagem de Staphylococcus coagulase negativa e Staphylococcus aureus nas<br />
amostras de água das fontes, dos reservatórios e dos estábulos de 30 propriedades<br />
leiteiras situadas na região Nordeste do Estado de São Paulo. As maiores<br />
freqüências de isolamentos (10,0 e 16,6%) e os maiores valores médios (4,3×104 e<br />
2,5×104) de contagens desses microrganismos foram encontrados nas amostras de<br />
água dos estábulos utilizada na obtenção de leite. Estes resultados são importantes,<br />
pois evidenciam a possibilidade de contaminação do leite ou dos animais por cepas<br />
patogênicas.<br />
Amaral et al. (2004) avaliaram o risco da qualidade da água na qualidade do<br />
leite e na saúde da glândula mamária de vacas de 30 propriedades do estado de<br />
São Paulo, analisando amostras de água das fontes de abastecimento, saída do<br />
reservatório e do estábulo. Observou-se que 90% das amostras das fontes, 86,7%<br />
das oriundas dos reservatórios e 96,7% originadas dos estábulos estavam em<br />
desacordo com os padrões de potabilidade. Staphylococcus spp. foram isolados em<br />
80,0%, 63,3% e 66,7% das amostras das fontes, reservatórios e do estábulo,<br />
respectivamente. Staphylococcus aureus foram isolados na água nos três pontos de<br />
coleta, sendo que em 100% das amostras de água utilizada nos estábulos, esses<br />
microrganismos foram capazes de produzir enterotoxinas.<br />
Luder e Brenne (1996) avaliaram leite e água de 580 fazendas leiteiras da<br />
Noruega visando identificar o impacto de diferentes variáveis sobre a qualidade<br />
microbiológica e a CCS do leite. Dentre outras variáveis, os autores concluíram que<br />
a contagem bacteriana total da água utilizada na fazenda apresentou uma alta<br />
relação com a contagem bacteriana do leite, enquanto que a contagem de<br />
coliformes da água teve máxima relação com a CCS do leite do tanque, indicando<br />
uma possível correlação com a ocorrência de mastite no rebanho, mas não com a<br />
qualidade microbiológica do leite. Resultados similares foram observados por Picinin<br />
et al. (2001) ao avaliarem a relação entre qualidade da água e seu impacto na CBT<br />
e na CCS do leite refrigerado do tanque de expansão.<br />
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