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Embrapa Suínos e Aves

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SIMPÓSIO PRODUÇÃO ANIMAL E RECURSOS HÍDRICOS<br />

8 e 9 de julho de 2010 – Concórdia, SC - Brasil<br />

Segundo Tobin (1988), o tipo de solo, a topografia do local, o tipo e local de<br />

construção das instalações, a proximidade de fontes contaminantes, a existência ou<br />

não de tratamentos da água, a limpeza ou não de caixas d’água, podem<br />

comprometer a qualidade da água. Portanto, conhecer a qualidade da água usada<br />

para a limpeza dos equipamentos de ordenha e dos utensílios é importante, pois a<br />

dureza da água é um fator importante a ser considerado para a produção de leite de<br />

boa qualidade. Quando a água é considerada semi-dura, dura ou muito dura, há<br />

uma diminuição significativa da eficiência da limpeza das ordenhadeiras mecânicas<br />

quando os detergentes não incluem abrandadores na proporção adequada<br />

(Pedraza, 1998). Assim, a utilização de água dura resulta em processo de limpeza<br />

incompleto e pouco eficiente, refletindo negativamente sobre a qualidade do leite.<br />

Nestes casos, é necessário aumentar a freqüência de uso de detergentes ácidos,<br />

utilizar concentrações maiores de produto ou então lançar mão de fórmulas<br />

especiais, capazes de neutralizar os efeitos da dureza, todos preocupantes, pois<br />

aumentam consideravelmente os custos na propriedade.<br />

De acordo com dados de Ruzante e Fonseca (2001), a determinação do pH é<br />

um dos testes mais importantes e freqüentes utilizados na avaliação da qualidade<br />

físicoquímica da água. O pH da maioria das águas naturais varia de 5 a 9. Águas<br />

ácidas são corrosivas e neutralizam detergentes alcalinos, dificultando o<br />

estabelecimento do pH ideal para a limpeza e remoção dos sólidos. Já as alcalinas<br />

aumentam a formação de precipitados e são capazes de neutralizar detergentes<br />

ácidos. Ambas exigem maior concentração de detergente.<br />

A água ainda pode possuir capacidade tampão, ou seja, neutralizar ácidos<br />

não deixando que o pH se altere. Esta característica é altamente indesejável, na<br />

medida em que os ciclos de lavagem alcalina clorada e ácida devem atingir pH<br />

ideais para que a remoção dos sólidos seja total. O responsável pelo tamponamento<br />

é o bicarbonato e quando sua concentração na água é superior a 400mg de<br />

CaCO3/litro, é necessária maior concentração de detergente para atingir o balanço<br />

químico correto. Felizmente, concentrações tão elevadas deste componente são<br />

pouco comuns no Brasil (Ruzante e Fonseca, 2001).<br />

A qualidade microbiológica da água pode afetar a qualidade do leite, elevando<br />

principalmente a Contagem Bacteriana Total (CBT). Entre os microrganismos<br />

veiculados pela água que contribuem para a contaminação do leite, destacam-se: os<br />

coliformes como, por exemplo, Escherichia coli; os psicrotróficos como<br />

Pseudomonas spp., os patogênicos como Listeria monocytogenes, Salmonella spp.,<br />

Staphylococcus enterotoxigênicos, entre outros. Dessa forma, a água de baixa<br />

qualidade, além de aumentar a CBT do leite pode ainda veicular patógenos de<br />

importância em saúde pública.<br />

Sabe-se que a presença de coliformes totais na água e nos alimentos não<br />

tem relação direta com a ocorrência de contaminação fecal e nem com a presença<br />

de microrganismos patogênicos. Estes se encontram em sua maior parte, em<br />

ambiente não entérico, como superfícies que têm contato direto com a água,<br />

biofilmes etc. Já a presença de coliformes fecais pode indicar a presença de<br />

microrganismos patogênicos de origem entérica, como Salmonella, Escherichia coli,<br />

Shigella, entre outros (Pourcher et al., 1991). Embora nem todos coliformes fecais<br />

sejam patogênicos, sua presença é um indicador de contaminação de origem fecal,<br />

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