Embrapa SuÃnos e Aves
Embrapa SuÃnos e Aves
Embrapa SuÃnos e Aves
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
SIMPÓSIO PRODUÇÃO ANIMAL E RECURSOS HÍDRICOS<br />
8 e 9 de julho de 2010 – Concórdia, SC - Brasil<br />
dejetos. Já para produtos de origem animal, o total de “água virtual” inclui a água<br />
usada na criação dos animais e no processamento do produto final, estando alguns<br />
dados representados na Tabela 1.<br />
Tabela 1. Quantidade de “água virtual” demandada para produtos de origem animal.<br />
Em relação ao estudo referido anteriormente, calcula-se que são demandados<br />
3.091.000 litros de água durante toda a vida de um bovino, representados por<br />
3.060.000 litros de água para produzir 8.500 quilogramas de pasto, ração e feno,<br />
somado a 24.000 litros de água para consumo (ingestão) e 7.000 litros utilizados<br />
para limpeza de estábulos (National Geographic, 2010).<br />
Assim, verifica-se que, na busca por produção de leite com qualidade e em<br />
quantidade, a água se apresenta como um dos fatores de maior influência e custo a<br />
atividade leiteira, não devendo jamais ter sua quantidade requerida e qualidade<br />
necessária negligenciada, pois se apresenta como peça chave para o sucesso e<br />
rentabilidade na atividade produtora de leite, assim como, para garantia da sanidade<br />
animal, bem estar e segurança alimentar.<br />
Em relação às instalações produtoras de leite, torna-se necessário considerar<br />
a água que será utilizada pelos humanos, visto que, nesses tipos de explorações se<br />
apresenta freqüente o uso compartilhado da mesma fonte de água (Herrero et al.,<br />
1997). Devendo-se salientar que diversas doenças podem ser transmitidas pela<br />
água, dentre elas, destacando-se, pododermatite, tuberculose, leptospirose,<br />
salmonelose, brucelose e coccidiose, além da possibilidade de toxinas produzidas<br />
pelo desenvolvimento de algas tóxicas, conhecidas como “algas azuis” (Lagger et<br />
al., 2000).<br />
A qualidade da água não é, portanto, muito levada em consideração quando<br />
se decide a instalação de estabelecimentos leiteiros. Tendo-se observado<br />
investimentos enormes em grandes estabelecimentos, que apresentam sérios<br />
problemas quanto à qualidade e quantidade de sua água. Sabe-se que não há muita<br />
informação disponível no que diz respeito a qualidade da água e orientações para o<br />
seu devido uso, pela crença de que os animais de produção leiteira possuírem<br />
grande resistência, mesmo aqueles de alta produção. Isso de certa forma relega a<br />
segundo plano a necessidade e importância de se fornecer água em quantidade e<br />
de qualidade semelhante à requerida para os seres humanos (Lagger et al., 2000).<br />
Devendo-se levar em consideração que na limpeza das instalações e equipamentos,<br />
o fator que oferece maior custo para o produtor é a água.<br />
Daí, a necessidade de que seja de boa qualidade, pois senão se transformará<br />
em prejuízo certo. Em relação à qualidade, um dos critérios de maior importância é<br />
sua característica físico-química visto que pode afetar a qualidade do leite por<br />
reduzir, principalmente, a eficiência dos processos de limpeza e desinfecção dos<br />
60