estresse ocupacional, estratégia de enfrentamento e ... - Ppga.com.br

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115<br />de estresse tendem a apresentar também fortes níveis de exaustão emocional. O<br />mesmo acontece em relação ao fator despersonalização e manifestações de<br />temporalidade, o que indica que indivíduos submetidos ao estresse que apresentam<br />manifestações de temporalidade tendem a apresentar altos níveis de<br />despersonalização.<br />Em decorrência dessas constatações e ao considerar o ambiente hospitalar como<br />sendo palco de uma realidade de trabalho bastante específica e extremamente<br />desgastante, sugere-se ao empregador um olhar diferenciado quanto ao suporte<br />emocional do trabalhador da saúde. Trabalhos para desenvolver a socialização do<br />sofrimento ou ainda minimizar as condições que provocam a toxicidade do ambiente<br />são necessários para garantir a qualidade do ambiente de trabalho.<br />Para os dirigentes da enfermagem dos hospitais sugere-se uma política mais<br />humanizada, não só aplicada aos que se utilizam dos serviços de enfermagem, os<br />pacientes, como aos que prestam esses serviços; os cuidadores.<br />Para os enfermeiros pesquisadores sugere-se uma reflexão sobre a eficácia da<br />exigência disciplinar rígida e inflexível como maneira de “comandar” a equipe de<br />enfermagem: “Uma profissão que passou por muitas mudanças sociais desde seu<br />período obscuro, mas que ainda conserva o pensamento de Florence Nightingale<br />desde 1860, exigindo de sua equipe nos hospitais brasileiros o mesmo comportamento<br />que conta hoje com 145 anos após a fundação da primeira escola de enfermagem na<br />Inglaterra”.<br />A situação vivenciada pelo hospital na época da realização deste trabalho permite<br />sugerir que o resultado possa ter sido influenciado pelo contexto organizacional. Seria<br />importante verificar num estudo futuro, comparativo, a evolução das características de<br />estresse, enfrentamento e burnout, dentro da nova situação, já regularizada<br />legalmente.<br />Além desse estudo, este trabalho abre algumas perspectivas para outros trabalhos na<br />área. Assim, seria interessante estender a análise já feita a uma amostra mais ampla,<br />buscando confirmar algumas das correlações obtidas e gerando novas informações<br />para o estudo das relações entre estresse, enfrentamento e síndrome de burnout, que,<br />até onde foi possível avaliar, ainda não foram extensamente exploradas no Brasil.
116<br />Finalmente, alguns pontos levantados na análise das variáveis sócio-demográficas<br />mereceriam aprofundamento. Em particular, as correlações identificadas entre as<br />estratégias de enfrentamento e as categorias profissionais poderiam ser exploradas,<br />tanto do ponto de vista estatístico, ampliando a amostra e incluindo outras categorias<br />de análise (setor de atividade, por exemplo), como do ponto de vista conceitual.
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