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77<br />Para efeitos de interpretação do Inventário de Burnout e compreensão dos fatores da<br />síndrome, é importante esclarecer que os escores da sub-escala Diminuição da<br />Realização Pessoal seguem em direção contrária aos escores das sub-escalas<br />Exaustão emocional e Despersonalização. Isso significa que escores altos na subescala<br />Diminuição da Realização Pessoal retratam a existência de uma alta realização<br />pessoal e escores baixos nessa sub-escala significam que existe uma baixa realização<br />pessoal (TAMAYO, 1997 p.61). Essa estrutura atual para interpretação do MBI está<br />confirmada através de vários estudos de análise fatorial desde sua criação em 1981:<br />EE↑ + D↑ + RP↓ = síndrome de burnout (ARAUJO, 2001, p.71)<br />Critérios para interpretação<br />Segundo o Núcleo de Estudos Avançados de Burnout no Brasil (NEPASB), Centro de<br />Ciências Humanas, do departamento de Psicologia da Universidade de Maringá PR, a<br />apuração do MBI é feita através de uma escala padronizada, fazendo-se a soma das<br />quantidades encontradas dentro de cada quadro em destaque, que em seguida são<br />transferidas para a coluna PD (Pontuações máximas) correspondente assim<br />demonstrada:<br />ESCALA ÍTENS P D (máxima)<br />EE/DE 1.2.3.6.8.13.14.16.20 50<br />D 5.10.11.15.22 25<br />RP/I 4.7.9.12.17.18.19.21 40<br />Quadro 4 Representação da pontuação da escala para a Síndrome de Burnout<br />Fonte (ARAUJO, 2001, p. 65).<br />A pontuação nas escalas do MBI é o resultado da soma de todos os pontos ou grau de<br />freqüência anotados nos ítens correspondentes a cada uma delas (D/RP/EE)<br />ARAUJO, 2001, p.75).<br />As pontuações obtidas como resultado não são interpretadas por si mesmo nem<br />possui significação por seu valor absoluto. Faz-se necessário compará-las com as<br />pontuações obtidas por determinados grupos (tomadas de um grupo específico ou da<br />população geral) ou transformá-las em valores ou em escalas de valor universal que<br />situam as pontuações do sujeito em relação às obtidas pelo grupo normativo.<br />O instrumento experimental para identificação dos níveis de burnout nos estudos<br />originais, foram respondidos por 605 profissionais do serviço de saúde e social e
78<br />revisado com a aplicação em nova amostra de 420 profissionais. Através da análise<br />fatorial esse trabalho demonstrou que suas respostas eram similares. Esse fator<br />permitiu juntar as amostras (N=1025) para repetir a análise e obter uma solução com<br />quatro fatores. “As dimensões eram muito similares quando se analisavam de modo<br />separado as medidas de freqüência e as medidas de intensidade de sentimentos. As<br />três primeiras dimensões (sub-escalas/fatores) tinham saturações superiores à<br />unidade” (ARAUJO, 2001 p.75).<br />A síndrome de burnout caracterizada por alto valor nos seus dois componentes:<br />exaustão emocional e despersonalização e baixo valor no componente realização<br />pessoal tem passado por vários estudos de análise fatorial confirmando a estrutura<br />atual do inventário, ou seja, EE↑ + D↑ + RP↓ = SB. Além disso, a literatura tem<br />demonstrado um coeficiente alfa de Cronbach de .90 em EE; .79 em D e .71 em RP.<br />Em estudo de precisão com o critério teste-reteste com intervalo de duas a quatro<br />semanas, os resultados variaram de 60 a 80. Usando esse mesmo critério com 248<br />professores com intervalo de um ano entre o teste e reteste, os índices variaram de<br />.54 a .60 todos significantes ao nível de 1%.<br />A escala aplicada neste trabalho (quadro 5) foi a mesma utilizada por Lautert (1997)<br />semelhante à adaptada pelo NEPASB à realidade brasileira. Traduzida para o<br />português (anexo A) foi validada por dois enfermeiros que submeteram as questões à<br />análise fatorial, com rotação orthogonal, para extração dos três fatores que compõem<br />o inventário: desgaste emocional, despersonalização e incompetência profissional<br />(LAUTERT, 1997; ARAUJO, 2001, p.72).<br />Escala de conversão<br />Desgaste emocional Despersonalização Incompetência (escore reverso)<br />Pergunta nº. 01 Pergunta nº. 13 Pergunta nº. 05 Pergunta nº. 04 Pergunta nº. 18<br />Pergunta nº. 02 Pergunta nº. 14 Pergunta nº. 10 Pergunta nº. 07 Pergunta nº. 19<br />Pergunta nº. 03 Pergunta nº. 16 Pergunta nº. 11 Pergunta nº. 09 Pergunta nº. 21<br />Pergunta nº. 06 Pergunta nº. 20 Pergunta nº. 15 Pergunta nº. 12<br />Pergunta nº. 08 Pergunta nº. 22 Pergunta nº. 17<br />Quadro 5 Demonstrativo para questões que identificam a síndrome de Burnout.<br />As pontuações consideradas foram as referidas por Araujo (2001, p. 75) que aponta<br />de acordo com o NEPASB a média brasileira para cada escala nos fatores (elementos<br />do MBI:<br />EE = 16 a 25 D = 3 a 8 RP = 34 a 42
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