estresse ocupacional, estratégia de enfrentamento e ... - Ppga.com.br

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97<br />Comentário: Tendo-se como mediana o valor 15, observa-se na figura 22 que, dos<br />sujeitos pesquisados, 55,9% apresentaram manifestações de temporalidade frente às<br />situações de estresse: inquietude, preocupações demasiadas quanto ao amanhã,<br />esquecimento e dificuldade para organizar-se. Considerando-se o contexto<br />organizacional que durante a realização desta pesquisa apresentava uma situação<br />que não permitia à Instituição honrar com seus compromissos financeiros com os<br />empregados, permite o levantamento da hipótese de que este significativo resultado<br />pode estar associado à preocupação com a probabilidade percebida pelos sujeitos de<br />perder o trabalho.<br />Na Tabela 3 temos o demonstrativo das manifestações percebidas para o estresse<br />global e para os campos específicos pelos indivíduos da amostra.<br />Tabela 3 Característica da amostra para as manifestações do estresse.<br />Global Físicas Psicológicas Psicofisiológicas Temporalidade<br />Média 62,7 18,8 19,2 10,3 11,6<br />Mediana 60,5 18,4 18 10 11,3<br />Moda 85 10 17 5 9<br />Desvio padrão 19,5 6,8 6,8 4,3 4,0<br />Mínimo 30 10 9 5 5<br />Máximo 127 35 42 24 21<br />É importante considerar a dificuldade para a análise dos resultados, pela quase<br />inexistência de outros estudos no Brasil, utilizando a mesma escala, que pudessem<br />ser comparados a esse. O trabalho de Pizzato (2001) é, até onde foi possível verificar,<br />a única referência que permite comparações, sendo os seguintes, os resultados para a<br />população em geral, obtidos por essa autora com uma amostra de 431 indivíduos.<br />Tabela 4 Resultado de Pizzato (2001) para as manifestações do estresse<br />Global Físicas Psicológicas Psicofisiológicas Temporalidade<br />Média 77,3 22,5 26,6 13,6 14,6<br />Nota-se que as médias de estresse da amostra pesquisada, tanto global quanto nos<br />diversos campos (tabelas 3 e 4 respectivamente), é inferior à média obtida no estudo<br />de Pizzato. Como será analisado posteriormente no estudo das escalas de coping,<br />isso pode ser causado por uma maior utilização de estratégias de enfrentamento, que<br />dificultariam o desenvolvimento do estresse com suas manifestações nos indivíduos<br />estudados ou ainda a questão particular dos profissionais de enfermagem que sentem-
98<br />se constrangidos em expressar sentimentos que colocam em dúvida o comportamento<br />exemplar esperado por todos: Instituição, sociedade, superiores, pares e pacientes.<br />ENFRENTAMENTO<br />Ainda como objetivo específico deste trabalho, estudou-se as estratégias de<br />enfrentamento (coping) utilizadas pelos sujeitos da amostra. O controle, o apoio social,<br />o isolamento e a recusa foram os campos analisados para conhecer a forma que os<br />indivíduos enfrentam as situações de estresse. A pontuação considerada para a<br />escala da estratégia de enfrentamento (coping), de acordo com a Escala Tolousaine<br />(ETC), foi de pontuação direta nos seus campos específicos. Na coluna Mediana,<br />indica-se o valor considerado como nível moderado, partindo-se da variação entre a<br />possibilidade de menor número de pontos e a maior pontuação (Quadro 11).<br />ESCALA ITENS VARIAÇÃO * PD (Máxima)<br />Controle<br />Apoio social<br />Isolamento<br />Recusa<br />1 6 8 9 11 17 19<br />24 26 27 29, 37<br />44 47 53<br />2 4 18 20 22 35<br />36 38 40 54<br />7 12 14 15 23 25<br />28 30 33 34, 39<br />43 45 46<br />3 5 10 13 16 21<br />31 32 41 42 48,<br />49 50 51 52<br />MEDIANA<br />Nível moderado<br />15 a 75 75 45<br />10 a 50 50 30<br />14 a 70 70 42<br />15 a 75 75 45<br />Quadro 11 Demonstrativo da pontuação para as estratégias de enfrentamento.<br />* PD = Pontuação direta<br />Controle<br />Questões consideradas: 1, 6, 8, 9, 11, 17, 19, 24, 26, 27, 29, 37, 44, 47 e 53<br />Valores da escala: Mínimo = 15 Máximo = 75<br />Mediana: 45
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