estresse ocupacional, estratégia de enfrentamento e ... - Ppga.com.br
estresse ocupacional, estratégia de enfrentamento e ... - Ppga.com.br
estresse ocupacional, estratégia de enfrentamento e ... - Ppga.com.br
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
26<<strong>br</strong> />
Florence, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> criança, mostrava-se intolerante <strong>com</strong> as coisas que consi<strong>de</strong>rava<<strong>br</strong> />
pouco importantes, diferenciando-se na adolescência das outras moças pois não<<strong>br</strong> />
aceitava ser apresentada para a socieda<strong>de</strong> a fim <strong>de</strong> constituir família, o que <strong>de</strong>ixava<<strong>br</strong> />
sua mãe em <strong>de</strong>sespero já que esse era o costume da época. Como pessoa<<strong>br</strong> />
socialmente envolvida, embora afastada da realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste mundo, <strong>de</strong>sejava<<strong>br</strong> />
participar dos <strong>de</strong>safios impostos pela revolução industrial. Presenciava as discussões<<strong>br</strong> />
políticas em sua própria casa e sabia da exploração <strong>de</strong> homens e mulheres nas<<strong>br</strong> />
indústrias, <strong>de</strong> suas mortes por fome e por doenças infecto-contagiosas, da exploração<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> crianças que trabalhavam em minas <strong>de</strong> carvão e morriam precocemente. Ela não<<strong>br</strong> />
se conformava em ver o mundo através <strong>de</strong> uma gaiola dourada (MIRANDA, 1996,<<strong>br</strong> />
p.127).<<strong>br</strong> />
Era uma mulher que queria envolver-se publicamente <strong>com</strong> o seu tempo, o que era<<strong>br</strong> />
dificultado pela socieda<strong>de</strong> da época. Com essa visão <strong>de</strong> mundo, e <strong>com</strong> a recusa <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
um pedido <strong>de</strong> casamento, Florence causou uma crise na sua família e foi trabalhar nos<<strong>br</strong> />
cottages – casas <strong>de</strong> pessoas mais po<strong>br</strong>es das áreas rurais – em conjunto <strong>com</strong> um<<strong>br</strong> />
casal <strong>de</strong> americanos ativos na luta contra a escravidão: “sendo ela, envolvida <strong>com</strong> a<<strong>br</strong> />
luta do voto feminino, pela paz e por reformas sociais e, ele, famoso pela experiência<<strong>br</strong> />
exitosa <strong>de</strong> ensinar cegos, surdos e mudos” (MIRANDA, 1996, p.127). Foi para essas<<strong>br</strong> />
pessoas, <strong>com</strong> idéias arrojadas <strong>com</strong> as quais Miss Nightingale se i<strong>de</strong>ntificou, que<<strong>br</strong> />
Florence revelou sua intenção <strong>de</strong> ser enfermeira sendo apoiada <strong>com</strong> veemência<<strong>br</strong> />
(MIRANDA, 1996, p.127).<<strong>br</strong> />
Encorajada, solicitou permissão à família para estagiar no Salisbury Hospital. Os<<strong>br</strong> />
hospitais eram lugares pavorosos, fétidos e som<strong>br</strong>ios, locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
muitos leitos e pouco espaço. Seu pedido foi rejeitado <strong>com</strong> firmeza pela sua família<<strong>br</strong> />
pois além da profissão ser particularmente inimaginável para uma mulher distinta<<strong>br</strong> />
naquela época, era in<strong>de</strong>sejável que ela <strong>de</strong>cidisse seus próprios caminhos e buscasse<<strong>br</strong> />
sua in<strong>de</strong>pendência (MIRANDA, 1996, p.129).<<strong>br</strong> />
As nurses no hospital daquele período eram notórias por sua conduta imoral. Mulheres<<strong>br</strong> />
vulgares, velhas, sujas, em<strong>br</strong>iagando-se <strong>com</strong> gim. Prostituídas e sem qualificação<<strong>br</strong> />
profissional envolviam-se <strong>com</strong> as piores irregularida<strong>de</strong>s. Debochadas e ignorantes,<<strong>br</strong> />
não eram pessoas <strong>de</strong> confiança para as mais simples or<strong>de</strong>ns médicas (MIRANDA,<<strong>br</strong> />
1996, p.128-129).