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estresse ocupacional, estratégia de enfrentamento e ... - Ppga.com.br

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No pré-capitalismo, o espírito monástico e o exercício <strong>de</strong> uma prática leiga <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

enfermagem caracterizou a profissão <strong>com</strong>o um trabalho manual não especializado que<<strong>br</strong> />

a difusão dos hospitais não foi suficiente para engran<strong>de</strong>cer.<<strong>br</strong> />

A enfermagem tem uma história que nasceu vinculada às ativida<strong>de</strong>s domésticas. Sem<<strong>br</strong> />

qualquer conhecimento esotérico; <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> prestígio, esse trabalho<<strong>br</strong> />

estava so<strong>br</strong>etudo a cargo das mulheres, escravos e religiosos (SILVA, 1986, p.41),<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ixando <strong>com</strong>o legado os valores que foram aos poucos legitimados e aceitos pela<<strong>br</strong> />

socieda<strong>de</strong> <strong>com</strong>o características inerentes à profissão: “a abnegação, o espírito <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

serviço, a obediência e outros atributos que dão à enfermagem, não uma conotação<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> prática profissional, mas <strong>de</strong> um sacerdócio” (COREN, 2004, p.2). Além disso, essa<<strong>br</strong> />

prática, consi<strong>de</strong>rada <strong>com</strong>o um serviço doméstico e sob exploração <strong>de</strong>liberada, ficou<<strong>br</strong> />

marcada principalmente, pelo baixo padrão moral <strong>de</strong> seus executantes tornando-se<<strong>br</strong> />

indigna e sem atrativos para as mulheres <strong>de</strong> classe social elevada. Nesse período, a<<strong>br</strong> />

preocupação da enfermagem <strong>com</strong> o bem-estar do paciente, e o “status” <strong>de</strong> todas as<<strong>br</strong> />

enfermeiras caíram em um in<strong>de</strong>scritível nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação. Denominada por vários<<strong>br</strong> />

autores <strong>com</strong>o o período <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>nte e obscuro da enfermagem “foi aquele referente à<<strong>br</strong> />

última parte do século XVII até a meta<strong>de</strong> do século XIX” (NUTTING & DOCK, 1935<<strong>br</strong> />

apud ALMEIDA, 1986, p.37).<<strong>br</strong> />

A <strong>de</strong>cadência na qualida<strong>de</strong> dos serviços observada já a partir dos fins da ida<strong>de</strong> média<<strong>br</strong> />

acentua-se no período consi<strong>de</strong>rado obscuro da enfermagem. O trabalho que durante<<strong>br</strong> />

muitos séculos foi prestado gratuitamente passou a ser pago, lentamente, e as<<strong>br</strong> />

mulheres que encontravam emprego nos hospitais eram imorais, bêbadas e<<strong>br</strong> />

analfabetas. Ativida<strong>de</strong>s tais <strong>com</strong>o o trabalho da casa, a esfregação e a lavagem <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

roupas eram feitas nos períodos que variavam <strong>de</strong> doze a quarenta e oito horas<<strong>br</strong> />

seguidas, em troca <strong>de</strong> salário e <strong>com</strong>ida exíguos (JAMIESON et al, 1968 apud<<strong>br</strong> />

ALMEIDA, 1986, p.38).<<strong>br</strong> />

Essa crise durou até a revolução capitalista quando alguns movimentos reformadores<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> iniciativas religiosas e sociais, tentaram melhorar as condições do pessoal a serviço<<strong>br</strong> />

dos hospitais. Com as transformações sociais, a prática médica também se transforma<<strong>br</strong> />

medicalizando o espaço hospitalar em sua função e em seus efeitos para dar resposta<<strong>br</strong> />

ao mo<strong>de</strong>lo burguês que, <strong>com</strong>o classe dominante, vai necessitar do corpo <strong>com</strong>o força<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> trabalho cabendo à medicina a sua manutenção e restauração.

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