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31<br />Antes da colonização eram os próprios índios que cuidavam dos<br />seus doentes, por rituais místicos realizados por Pajés, Curandeiros<br />ou Feiticeiros. Com a colonização os jesuítas assumiram essa<br />responsabilidade, seguidos pelos religiosos, voluntários leigos e<br />escravos selecionados para essa tarefa. Surge assim a<br />Enfermagem, com fins mais curativos do que preventivos e,<br />curiosamente, sendo formada, na maioria, por enfermeiros do sexo<br />masculino .(HISTÓRIA...., 2004, p.4).<br />A saúde no Brasil tem como destaque a figura de Pe. José de Anchieta que além de<br />estudar o Brasil, ensinar ciências e responder pela catequese exercia também as<br />atividades de médico e enfermeiro (TURCKIEWICZ, 1980, p.10; HISTÓRIA..., 2004,<br />p.4).<br />Francisca de Sande, outra figura importante, foi a primeira voluntária de enfermagem<br />no Brasil, na Bahia, no final do século XVII. Nas freqüentes epidemias ela improvisava<br />hospitais usando até sua própria casa. Frei Fabiano de Cristo que durante 40 anos foi<br />enfermeiro no Convento de Santo Antonio do Rio de Janeiro no século XVIII, também<br />contribuiu com a enfermagem no Brasil (TURCKIEWICZ, 1980, p.11; HISTÓRIA....,<br />2004, p.5.).<br />2.4.2 Ana Neri – a “Florence” brasileira<br />Nascida Ana Justina Ferreira na Bahia, em 13 de dezembro de 1814, viúva aos 30<br />anos, ofereceu seus serviços à Pátria na Guerra do Paraguai (1864-1870) por não<br />resistir a separação de seus dois filhos, um aluno do 6º. ano de medicina (voluntário) e<br />outro oficial do exército (convocado) que haviam partido para aquela batalha.<br />Improvisando hospitais na guerra, não mede esforços para atender os feridos durante<br />cinco anos. Retornando ao Brasil como heroína (mãe dos Brasileiros), morreu em 20<br />de maio de 1880 (TURCKIEWICZ, 1980, p.12). “Ana Néri que, como Florence<br />Nightingale, rompeu com os preconceitos da época que faziam da mulher prisioneira<br />do lar” (COREN, 2004, p.2) foi figura expressiva na enfermagem brasileira.<br />2.4.1 Cruz Vermelha Brasileira<br />Presidida pelo médico Oswaldo Cruz foi organizada e instalada no Brasil em 1908,<br />destacando-se pela sua atuação na primeira guerra mundial (1914-1918). Atuou
32<br />durante a epidemia da gripe espanhola em 1918, colaborando na organização de<br />postos de socorro, na hospitalização de doentes e no envio de socorristas aos<br />hospitais e domicílios. A Cruz Vermelha Brasileira destacou-se também no socorro das<br />vítimas das inundações nos Estados de Sergipe e Bahia e na seca do Nordeste<br />(COREN, 2004, p.3; TURCKIEWICZ, 1980, p.14). ”Muitas das socorristas dedicaramse<br />ativamente à formação de voluntárias, continuando suas atividades após o término<br />dos conflitos” (COREN, 2004, p.3).<br />2.4 O ensino de enfermagem no Brasil<br />Ao final do século XIX, o Brasil fica vulnerável às doenças infecto-contagiosas que<br />começam a se propagar rápida e progressivamente, trazidas pelos europeus e<br />escravos africanos. A saúde passa a ser um problema econômico-social. O governo,<br />sob pressão externa, assume a saúde criando serviços públicos, de vigilância e de<br />controle mais eficazes sobre os portos.<br />A institucionalização da enfermagem no Brasil nasceu dentro do projeto sanitarista e<br />adequadas ao desenvolvimento capitalista, importando modelo das escolas e serviços<br />de saúde americanos servindo mais para atender ao avanço da Medicina hospitalar,<br />“como núcleo da prática médica no modo de produção capitalista, do que para<br />instaurar uma assistência de enfermagem voltada para a saúde pública” (FABBRO<br />1996, p.30). O marco formal da enfermagem no Brasil deu-se em 1890 com a criação<br />de uma escola para formação de profissionais de enfermagem no Hospício Nacional<br />de Alienados do Rio de Janeiro (OLIVEIRA, 1979 apud FERREIRA, 2004, p.1).<br />As necessidades de implantação e expansão do capitalismo foram supridas com a<br />prática de enfermagem em saúde pública que, com suas características ideológicas de<br />submissão ao Estado e aos médicos, não representavam ameaça à ordem vigente. Os<br />sentimentos cívicos, de servir à pátria, o espírito de religiosidade, de caridade e<br />altruísmo cristãos foram absorvidos como sendo os valores e a ideologia da<br />enfermagem, em especial no modelo vocacional (PIRES, 1989 apud FABBRO, 1996<br />p.30).<br />Com a necessidade de preparar mais profissionais para controle da endemias, cria-se,<br />no início dos anos 20, o Serviço de enfermagem do Departamento Nacional de Saúde<br />Pública. Em 1926 o Serviço passa a denominar-se Escola de Enfermeiras Dona Ana<br />Néri, a primeira escola oficial de enfermeiras alto padrão, e hoje Escola de
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