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edição 33 completa - Logos - UERJ

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Mezzaroba e Pires. O agendamento midiático-esportivo: considerações a partir dos Jogos Pan-americanos Rio/2007.Informação esta que é “tratada” por algum ator que presencia certoacontecimento e ajuda a torná-lo público para a população em geral. Aí decorrea idéia de que há determinados interesses em promover certas ocorrências(ou ocultá-las) e que existe uma intencionalidade que está ligada a uma partesignificativa de acontecimentos.Esta maneira de se “reconstruir a realidade”, característica do jornalismo,também é tratada por Bordenave (2004), autor que atribui aos repórteres estatarefa, quando, no seu trabalho com a notícia jornalística, reconstroem a realidadeselecionando “apenas os aspectos que lhes parecem relevantes, deixando defora outros” (89-90) e, ao fazerem isto, acabam projetando no material produzidoseus próprios significados conotativos sobre o evento que estão cobrindo.Ainda sobre esta maneira que a mídia em geral, mais especificamente seus diretores,têm em apresentar a realidade às pessoas, Bordenave (2004, 90) afirma que:Os meios que manejam signos visuais e auditivos, tais como o cinema e a televisão,possuem ainda maior margem de reconstrução da realidade do que os meios escritos.Eles podem chegar a criar uma “atmosfera” (romântica, de terror, de comicidade) quepredispõe o público a perceber a realidade da maneira desejada pelo diretor.Betti (1998, 35) também considera este trabalho de produção midiáticacomo algo que vai além da simples apresentação da realidade, mais especificamenteno âmbito esportivo, ao afirmar que “embora a mídia afirme apresentaros eventos esportivos objetivamente, alegando reproduzir a realidade, a fase deprodução, antes que o programa alcance o telespectador, envolve considerável construçãoseletiva e interpretação.”Ainda sobre esta “construção da realidade” na perspectiva da agendasettinge o campo esportivo, o mesmo autor citado anteriormente afirma que:A televisão não apenas seleciona eventos esportivos e imagens sobre eles, mas fornecedefinições do que foi selecionado; ela interpreta os eventos para nós, fornece umaestrutura de significados na qual o evento faz sentido. Ou seja, a televisão não consistemeramente em imagens, também envolve comentários sobre as imagens, que explicamo que estamos vendo. (CLARKE E CLARKE, 1982 citado por BETTI, 1998, 61)Outra característica da agenda-setting é que ela “não defende que os massmedia pretendam persuadir” (SANTAELLA, 2001, 36), mas têm a pretensãode apresentar ao público aquilo sobre o qual é necessário ter uma opinião ediscutir. Seu pressuposto fundamental “é que a compreensão que as pessoas têmde grande parte da realidade social lhes é fornecida, por empréstimo, pelos massmedia”. (Ibid, 37)Wolf (2001) apresenta três características importantes da relação entre aação da mídia e o conjunto de conhecimentos sobre a realidade social, que são:a acumulação (poder da mídia para criar e manter a relevância de um tema); aconsonância (mensagens mais semelhantes que dessemelhantes); e a onipresença(difusão quantitativa dos meios de comunicação de massa e o caráter particulardo saber público).LOGOS <strong>33</strong>Comunicação e Esporte. Vol.17, Nº02, 2º semestre 2010128

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