Mezzaroba e Pires. O agendamento midiático-esportivo: considerações a partir dos Jogos Pan-americanos Rio/2007.Considerações FinaisArticular os saberes do campo jornalístico/comunicacional com as questõesdo campo esportivo exige um olhar “macro” aos acontecimentos no âmbitoda sociedade, sejam eles apenas esportivos, mas que repercutem em aspectosda economia, da política, da cultura e também da educação. Permite-nospensar, por exemplo, nos interesses implícitos e explícitos da realização e dacobertura midiática em relação a grandes eventos esportivos, como os JPA/Rio-2007, mas também aos que acontecerão futuramente no Brasil – a Copado Mundo de futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016.À imprensa cabe, ao pautar tais eventos e ao realizar seu agendamento,não reduzi-los ou apresentá-los sob o enfoque técnico ou espetacularizado, característicado esporte atual (talvez da vida em geral), e sim permitir discussõesmais aprofundadas sobre aquilo que caracteriza o evento, as particularidades,o esclarecimento em relação à cultura esportiva e à cultura midiática na construçãode identidades, sejam elas locais, regionais ou mesmo nacionais; bemcomo expandir os significados atribuídos àquelas figuras que são mitificadasno campo esportivo e com o tempo, pelas suas vitórias, suas conquistas, suasperformances, suas próprias histórias de vida (nisso inclui também o fracassoou as dificuldades vividas) tratamo-las como ídolos.Por fim, pensando no campo educacional, e mais especificamente daEducação Física – esfera onde atuamos – é necessário repensar toda essa construçãomidiática no nosso trabalho com crianças e jovens, nos aspectos da mediaçãoque o professor de Educação Física, neste caso, poderá fazer ao articularsaberes de seu próprio campo, no caso, o conteúdo esportivo, com as mensagense informações advindas pelos veículos midiáticos, indo em direção àquilopropagado pela mídia-educação: permitir uma educação que torne os sujeitosmais críticos, autônomos e esclarecidos em relação à cultura contemporânea etodas suas tramas.Notas1Isso foi constatado em relação à realização dos JPA/Rio-2007 (MEZZAROBA, 2008).2A pesquisa Percepção pública da Ciência e Tecnologia (2006), realizada pelo Ministério deCiência e Tecnologia, ao fazer a pergunta sobre credibilidade das fontes de informação,ou seja, quem inspira maior confiança como fonte de informação à população brasileira,apontou que os jornalistas aparecem em segundo lugar, com 42% das indicações, sóperdendo para os médicos, com 43% das respostas. Disponível em . Acesso: 20 out. 2007.3Betti (1998) utiliza a expressão polissemia para caracterizar a forma telespetacularizadado esporte em nossa sociedade contemporânea, ou seja, a palavra “esporte” passoua designar uma diversidade de práticas corporais ou de movimento, ampliando oslimites conceituais. Segundo este autor, “A televisão, na ânsia de espetacularizar evender seus produtos, chama tudo de ‘esporte’”. (Ibid., 148)4BUCCI, Eugênio. Cinco funções quase-ideológicas na televisão. Imagens, n.8, 20-25, maio/ago., 1998.LOGOS <strong>33</strong>Comunicação e Esporte. Vol.17, Nº02, 2º semestre 2010135
Mezzaroba e Pires. O agendamento midiático-esportivo: considerações a partir dos Jogos Pan-americanos Rio/2007.Referências BibliográficasBETTI, M. Janela de vidro: esporte, televisão e educação física. Campinas:Papirus, 1998.BORDENAVE, J.E.D. O que é comunicação. São Paulo: Brasiliense, 2004.BORELLI, V.; FAUSTO NETO, A. Jornalismo esportivo como construção.Cadernos de Comunicação, Santa Maria, n.7, 61-74, dez. 2002.BOURDIEU, P. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.CINTRA SOBRINHO, D. O importante é... Breves considerações sobreaspectos das relações entre mídia e esporte. In: CONGRESSO ANUALEM CIÊNCIA DA COMUNICAÇÃO, 27, 2004, Porto Alegre. Anais...Porto Alegre: INTERCOM, 2004.ECO, U. A falação esportiva. In: _____. Viagem na irrealidade cotidiana.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984, 220-226.FAUSTO NETO, A. O agendamento do esporte: uma breve revisão teóricae conceitual. Verso & Reverso Revista da Comunicação, São Leopoldo:Unisinos, ano XVI, n. 34, 9-17, jan./jun. 2002.MARCHI JÚNIOR, W. “Sacando” o voleibol: do amadorismo à espetacularizaçãoda modalidade no Brasil (1970-2000). 2001. Tese(Doutorado em Educação Física) – Universidade Estadual deCampinas, Campinas, 2001.MEZZAROBA, C. Os Jogos Pan-americanos Rio/2007 e o agendamentomidiático-esportivo: um estudo de recepção com escolares. 2008. Dissertação(Mestrado em Educação Física) – Universidade Federal de Santa Catarina,Florianópolis, 2008.PIRES, G. De L. Educação física e o discurso midiático: abordagem críticoemancipatória.Ijuí: Unijuí, 2002.RUÓTOLO, A.C. Audiência e recepção: perspectivas. Comunicação &Sociedade. São Bernardo do Campo: Editora Metodista Digital, n. 30, 150-163, 2.sem. 1998. Disponível em . Acesso: 18 ago. 2006.SANTAELLA, L. Comunicação e pesquisa: projetos para mestrado e doutorado.São Paulo: Hacker Editores, 2001.TRAQUINA, N. O estudo do jornalismo no século XX. São Leopoldo:Unisinos, 2001.WOLF, M. Teorias da comunicação. Lisboa: Editorial Presença, 2001.LOGOS <strong>33</strong>Comunicação e Esporte. Vol.17, Nº02, 2º semestre 2010136
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