Silveira e Esteves. Entre a memória e a promessa. A dialética idem x ipse na cobertura dos Jogos Pan-americanos.A especialização no impresso ocorre como uma estratégia mercadológicapara garantir sua sustentação e não perder o espaço que precisou ser divididocom outras mídias. Ao se especializar, ele possibilita, através dos suplementos,uma forma de segmentação, que ao mesmo tempo em que segmenta o públicopara o qual essa informação será direcionada, também segmenta a informação.Nesses produtos há uma preocupação em aliar a técnica jornalística com acrítica, analisando ao mesmo tempo a obra e o fato ou o acontecimento geradopor ela, dando ares de revista ao texto dos suplementos. ConsiderandoCarvalho (2007), a revistização dos suplementos encontra base também emoutras características, tais como, a circulação semanal ou por um determinadoperíodo especifico de tempo dentro de um jornal diário; a apresentação deuma temática única inserida numa versão de assuntos gerais; a opção por umestilo de reportagem trabalhado junto ao relato factual dos acontecimentosque acontece ao longo do caderno; a literalidade no tratamento do texto e acriatividade quanto aos aspectos de programação visual; o contraste em suaspáginas aliando uma estética ousada junto ao tradicionalismo do jornalismodiário e o direcionamento a um público específico ao mesmo tempo em que osuplemento se insere em um produto mais amplo.Desde que se particularizou, o jornalismo esportivo fixou-se como umadas maiores expressões de informação especializada, ocupando espaço maiornos meios impressos e eletrônicos do que outros assuntos. Hatje (2000) acrescentaque o grande espaço destinado ao esporte nos veículos de comunicaçãovai de encontro ao interesse do espectador, que vê no esporte uma projeção. Elese identifica e se sente identificado. Diante disso, fica claro porque o esportepreserva um grande espaço na mídia e porque ele representa uma boa fatia daaudiência dos veículos de comunicação.O esporte é um dos assuntos prediletos da mídia, pois fornece umagrande variedade de informações que podem se tornar notícia. Ele é capaz decontemplar a transmissão jornalística de todos os meios e, além disso, trabalhacom a emoção, o fator fundamental para explicar a enorme audiência que sepode conseguir através dele. O esporte é uma atividade de interação socialmuito presente em nossa cultura, que está relacionada com aspectos lúdicosda sociedade. São nos períodos dos jogos mundiais que, através dos esportes,as nações competem e promovem a paz. O esporte também é sinônimo derespeito pela competição, trabalho intenso que objetiva uma vitória, mas quesó poderá ser conseguida através de uma disputa justa.Ainda, é por meio dos esportes e dos atletas que as identidades culturaispodem ser trabalhadas. Sentimentos de patriotismo, de raiva, de alegriae de euforia são transmitidos através do jornalismo esportivo como forma deconquistar a audiência. Em muitos eventos esportivos, como em uma final daCopa do Mundo, é possível verificar a emoção com que torcem os brasileiros.Nesse sentido, as relações entre jornalismo, identidade cultural e esporte podemser estudadas através da presença de elementos identitários nas interaçõessimbólicas entre o sujeito e a cultura em que estão inseridos, tornando aindamaior as possibilidades de utilização do esporte pela mídia, como algo rentávelLOGOS <strong>33</strong>Comunicação e Esporte. Vol.17, Nº02, 2º semestre 2010139
Silveira e Esteves. Entre a memória e a promessa. A dialética idem x ipse na cobertura dos Jogos Pan-americanos.e estratégico na aproximação da audiência e do veículo.Zero Hora: o diário que mostra os gaúchosA Revista do Pan 2007 apresentou-se como um suplementado de dozepáginas encartado no diário Zero Hora. A primeira e a segunda página apresentaminformações de serviço, a respeito dos horários e canais das transmissõesdos jogos na tevê, explicações sobre as modalidades menos comuns que integramas disputas ao longo do dia, resultados das competições e justificativase curiosidades sobre quais modalidades assistir, a despeito da participação dedeterminados atletas, além de charges, que nem sempre aparecem em todos ossuplementos. Nas páginas centrais estão os relatos mais aprofundados sobre osacontecimentos dos dias anteriores, com notícias, reportagens e fotografias. Háainda espaços fixos dentro do suplemento, que funcionam da mesma maneiraque as editorias de um jornal, como Cenas Cariocas e PANVIP, que tratam deassuntos mais leves e fazem registros das celebridades que acompanharam osjogos. Há uma editoria localizada na página onze, denominada panelinha quepropõem uma interação com o leitor através de enquetes, jogos de adivinhaçãoe curiosidades relacionadas ao Pan e é um espaço em que o leitor pode manifestara sua opinião sobre os mais diversos temas.Estudando a bibliografia sobre gêneros jornalísticos necessária para definira disposição das informações no suplemento, Adair Bonini (2003) destaca as críticasde Manoel Chaparro sobre o paradigma informação/opinião como critériopara tipificação dos gêneros jornalísticos. Para Chaparro esse critério não servemais, pois a atividade jornalística não se orienta guiada pelo critério da objetividadepara a escolha de uma ou de outra dessas divisões. O fazer jornalístico estáimerso em uma teia de diferentes discursos, de modo que a opinião e a informaçãose misturam e “[...] os juízos de valor estão lá, implícitos, nas intencionalidadesdas estratégias autorais, e explícitos nas falas (escolhidas) dos personagens, às vezes aténos títulos” (CHAPARRO apud BONINI, 2003, 214).Em decorrência disso, Chaparro assume os esquemas narrativo e argumentativopara qualificar os termos relato e comentário como gêneros jornalísticos,pois estes termos correspondem socialmente às duas principais ações jornalísticas: relatara atualidade e comentar a atualidade. O gênero visto desse modo como uma classe, sesubdivide em espécies e subespécies. (BONINI, 2003, 215).Sendo assim, no gênero comentário, estariam incluídas as espécies argumentativas(artigo, crônica, cartas e coluna) e as espécies gráfico-artísticas(caricatura e charge) e, no gênero relato as espécies narrativas (reportagem,notícia, entrevista e coluna) e as espécies práticas (roteiros, indicadores, agendamento,previsão do tempo, cartas-consultas e orientações úteis).Delineada esta opção, a primeira análise do objeto foi realizada com oobjetivo de fazer um levantamento dos gêneros jornalísticos e não-jornalísticosverificados nos suplementos para posterior escolha das revistas e dos gênerosque fariam parte do corpus de análise. Assim, o estudo foi realizado a partirdos seguintes gêneros: notícia, puro registro dos fatos, sem interpretações ouLOGOS <strong>33</strong>Comunicação e Esporte. Vol.17, Nº02, 2º semestre 2010140
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