Gastaldo. Estudos Sociais do Esporte: vicissitudes e possibilidades de um campo em formação.do Mercosul (RAM). Nos dois congressos, a participação do GT Antropologiado Esporte tem sido constante desde 2000, na 22ª RBA, em Vitória/ES. No anoseguinte, o mesmo GT se reuniu na IV RAM, em Curitiba/PR, e desde então vemmantendo a regularidade de sua produção nas duas entidades.Nos congressos da área de comunicação, a trajetória dos GTs sobre estudossociais do esporte foi um tanto truncada. No Intercom, maior congressoem número de participantes na área, houve, durante alguns anos, entre 1997e 2006, o Núcleo de Pesquisa “Mídia Esportiva”, com ligeiras variações dedenominação de um ano para outro. Em 2006, o NP desapareceu, e a temáticaacabou englobada, junto com outros NPs, sob o título “ComunicaçãoCientífica”, coordenado por José Carlos Marques, pesquisador da imprensaesportiva que era até então o coordenador do NP. Em 2009, ressurgiu o temadentro da entidade, no Grupo de Pesquisa (GP) “Comunicação e Esporte”. NaCompós, fórum de pesquisa em Pós-Graduação em Comunicação, a temáticado esporte jamais foi contemplada em um GT próprio, contemplando somentetextos de pesquisadores isolados.Na área da educação física, como já foi salientado, encontra-se a maiorconcentração de grupos de pesquisa e também a mais antiga associação acadêmicade estudos do esporte. O Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte(CBCE) surgiu em 1978, espelhado nos moldes de uma associação médicanorte-americana. A ênfase na área médica marcou os primeiros anos da associação,sendo médicos do esporte todos seus primeiros presidentes, até 1985,quando foi eleito um profissional de educação física, Laércio Elias Pereira.Desde então, a tensão entre diferentes perspectivas no interior da associação,que poderiam ser condensadas na oposição “biomecânica esportiva x estudossociais do esporte” levou a uma progressiva aproximação do CBCE aos estudosdo esporte em perspectiva social. Atualmente, dos 12 Grupos de Trabalhotemático em atividade nos encontros do Colégio, pelo menos 9 relacionamsediretamente aos estudos sociais do esporte (Comunicação e Mídia; Corpoe Cultura; Epistemologia; Escola; Memórias da EF e Esporte; MovimentosSociais; Políticas Públicas; Recreação e Lazer; Inclusão e Diferença). Igualmente,a Revista Brasileira de Ciências do Esporte (RBCE) é o mais antigo periódicocientífico em circulação nesta área no Brasil. Publicada desde 1979, inicialmentecomo veículo para publicação dos anais dos congressos do CBCE, arevista acompanhou as transformações na entidade e hoje encontra-se em seu31º ano de circulação ininterrupta. Os outros periódicos na área do esporte noBrasil, impressos e digitais, são muito mais recentes (para citar dois bons periódicos,a “Movimento”, da ESEF/UFRGS, é de 1994; a “Esporte e Sociedade”,da <strong>UERJ</strong>, é de 2003), embora, apenas para comparação, a International Reviewfor the Sociology of Sports, da Inglaterra, é publicada desde 1966, há 45 anos emcirculação ininterrupta.A participação do GT Antropologia do Esporte na Reunião deAntropologia do Mercosul abriu um caminho para a internacionalização dapesquisa nesta área. Pela oferta de espaço institucional para apresentação daspesquisas neste GT, vários pesquisadores/as argentinos, ligados ao grupo deLOGOS <strong>33</strong>Comunicação e Esporte. Vol.17, Nº02, 2º semestre 201011
Gastaldo. Estudos Sociais do Esporte: vicissitudes e possibilidades de um campo em formação.pesquisa liderado por Pablo Alabarces, da Universidade de Buenos Aires, passarama participar seguidamente dos eventos. O próprio Pablo e seu compatriota,o eminente antropólogo Eduardo Archetti, da Universidade de Oslo –lamentavelmente falecido em 2005 – participaram de várias edições deste grupode trabalho, tanto na ABA, quanto na RAM e ANPOCS. Deste frutíferointercâmbio, resultaram várias publicações e atividades acadêmicas relevantes.Em anos recentes, Ronaldo Helal e Simoni Guedes fizeram estágio pós-doutoralna UBA com Alabarces, foram publicados livros e artigos em espanhole português – destaca-se neste sentido o número especial da revista VirtualBrazilian Anthropology (Vol 6, nº 2, 2009) dedicado ao futebol, organizadopor Simoni Guedes, Carmen Rial e Peter Fry, o número especial da HorizontesAntropológicos (nº 30, 2008) denominado “Antropologia e Esporte”, organizadopor Arlei Damo, Simoni Guedes e Ruben Oliven e a coletânea “Nações emCampo: Copa do Mundo e identidade nacional” (Niterói: Intertexto, 2006),organizada por Édison Gastaldo e Simoni Guedes. Em todas estas publicações,comparecem textos de autores brasileiros e argentinos, ou de autores brasileirostratando de temas da antropologia do esporte na Argentina.Os laços acadêmicos que vem se estreitando entre os grupos de pesquisabrasileiros e argentinos, se permanecerem restritos aos dois países, mostramlimites para expandir a produção internacional nesta área. Para isto, é precisoque, a partir do contato com os/as pesquisadores/as argentinos/as, sejam exploradasnovas perspectivas de intercâmbio com outros/as pesquisadores latinoamericanos,como veremos no exemplo a seguir.Uma experiência admirável: a Red de Investigación Deporte,Cultura y SociedadEm meados dos anos 1990, no México, uma série de pesquisadores estudavaa dimensão social de fenômenos esportivos, tanto pesquisadores renomadosquanto estudantes de pós-graduação. Em comum, um mesmo problema:a falta de referências bibliográficas, de registros de pesquisas prévias sobreo tema, de foros acadêmicos e de periódicos científicos para divulgação desuas pesquisas. A partir da iniciativa pessoal de alguns desses pesquisadores(Samuel Martinez e Enrique Rivera, particularmente) desde o final dos anos1990, mesas redondas sobre “Esporte, Cultura e Sociedade” começaram a serpropostas a congressos mexicanos e internacionais da área de ciências sociais.A partir do contato resultante com as propostas de apresentação de trabalhosrecebidas, estes pesquisadores começaram a estabelecer parcerias e contatoscom pesquisadores de outros países (destaca-se, neste sentido, a figura de PabloAlabarces, da Argentina, que mencionamos acima), para troca de experiênciase bibliografia especializada. Com o apoio de Jesús Galindo Cáceres, experientepesquisador mexicano da área de comunicação, foi aceito em 2004 o Grupo deTrabalho “Deporte y Comunicación”, no Congresso da Associación Mexicanade Investigadores de la Comunicación. A articulação com Pablo Alabarces levouà criação do Grupo de Trabalho sobre “Deporte y Cultura” na CLACSO(Conselho Latino Americano de Ciências Sociais).LOGOS <strong>33</strong>Comunicação e Esporte. Vol.17, Nº02, 2º semestre 201012
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