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edição 33 completa - Logos - UERJ

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Aguiar e Prochnik.Quanto vale uma partida de futebol? A relação entre televisão e futebol no cenário midiático contemporâneo.do ponto de vista da indústria da consciência, o público paga diretamentemuito mais para ter o privilégio de estar na audiência que a mídia demassa” 9 (SMYTHE, 1977, 3).Seria, portanto, na visão de Smythe, o futebol um “aperitivo” para atrairaudiência? Se a resposta for sim, certamente pode ser considerado um “aperitivo”bem temperado. Basta, por exemplo, considerar o número de fãs do futebolespalhados pelo mundo: conforme os dados estatísticos apresentados naintrodução desse trabalho, mais da metade da população mundial assiste, regularmente,a partidas de futebol (VIVIANA, 2010, 114). Outro exemplo impressionante,retirado da mesma revista: “em 1997, no Reino Unido, eram 180os programas de televisão com mais de 15 milhões de espectadores; dez anosdepois, somente três tinham tal poder, e os três eram de esportes” (VIVIANA,2010, 114) 10 . Na Copa de 2006, o número total de telespectadores foi de 26,2bilhões de pessoas, o dobro de pessoas que assistiram pela televisão à Copa de1986 (CARMONA e POLI, 2006, 278). Vendo esses números fica fácil entendertanto o alto preço pago pelas emissoras pelos direitos de transmissão, dadosque serão discutidos mais à frente no texto, e também as disputas envolvendodetentores da informação e emissoras que não pagaram pelo conteúdo.Dênis de Moraes, em seu artigo Cultura tecnológica, mídia e consumoglobalizado, defende a posição dos meios de comunicação de massa como reprodutoresdo sistema capitalista. Ele analisa as diversas facetas da indústriacultural, citando o modus operandi dos grandes conglomerados, quais mensagenssão veiculadas para garantir a audiência, quais os desafios e estratégiassão utilizados diante da multiplicidade de canais e da convergência dos aparatosmidiáticos e identifica, no consumo, a nova maneira de diferenciaçãoda sociedade mundial.Em seu texto, Moraes relaciona diretamente o poder da mídia e suainfluência no crescimento do esporte. A associação entre esses dois poderosossetores tem como consequência direta o aumento de aficionados nas modalidadesque são transmitidas, na criação de ídolos que geram lucros para seuspatrocinadores e também na venda de cotas para anunciantes que querem atingira massa de fãs vidrados em frente à televisão, por exemplo, que enquantotorcem para seu time de coração também tem acesso a sugestões de consumo.Os Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas, renderam quase US$5 bilhões com direitos detransmissão, patrocínios, anúncios em programas, merchandising, ingressos e produtosalusivos. Resultados até modestos se lembrarmos que o futebol mundial movimentoUS$250 bilhões por ano (MORAES, 2008, 117-118).Rupert Murdoch é citado por Dênis de Moraes quando o diretor-geral daNews Corporation afirma a importância do esporte na geração de lucros para osmeios de comunicação de massa: “O esporte é o melhor chamariz para a televisão.Dá sobrecarga ao restante da programação, pois incentiva os telespectadores a assinaremTV a cabo ou por satélite” (MURDOCH in MORAES, 2008, 118)Observa-se, portanto, a força dos meios de comunicação na sociedademoderna e o caráter econômico existente nas mensagens por elesLOGOS <strong>33</strong>Comunicação e Esporte. Vol.17, Nº02, 2º semestre 201056

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