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História da ornitologia no Paraná. Período de Natterer, 1

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Seu interesse, tal como expresso nas cartas troca<strong>da</strong>scom seu irmão Joseph, era reconhecer espécies quepo<strong>de</strong>riam ser <strong>no</strong>vas para a ciência e, com isso, obter maisexemplares para a fun<strong>da</strong>mentação, bem como a a<strong>no</strong>taçãomais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> <strong>de</strong> suas características ecológicas,comportamentais e, enfim, biológicas em geral 100 .Atualmente, a ele é atribuí<strong>da</strong> a autoria <strong>de</strong> uma únicaespécie 101 váli<strong>da</strong> <strong>da</strong> avifauna brasileira, o saripoca-<strong>de</strong>-gould(Seleni<strong>de</strong>ra gouldii) ([<strong>Natterer</strong>], 1837), cuja <strong>de</strong>scrição sebaseia <strong>no</strong> resumo <strong>da</strong> ata <strong>de</strong> uma sessão <strong>da</strong> ZoologicalSociety <strong>de</strong> Londres, presidi<strong>da</strong> por John Barlow em 11 <strong>de</strong>abril <strong>de</strong> 1837. Na reunião foi li<strong>da</strong> uma carta envia<strong>da</strong> por<strong>Natterer</strong> a John Gould, a qual continha além <strong>da</strong> <strong>de</strong>scriçãolatina, a sugestão para o <strong>no</strong>me gouldii, em homenagem aoseu amigo inglês. O conteúdo <strong>de</strong>ssa apresentação foipublicado <strong>no</strong>s “Proceedings” <strong>da</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong> (volume 52, parte2, p. 44) e, por esse motivo, a autoria é consigna<strong>da</strong> aonaturalista austríaco.100 Segundo Montez (2010), ain<strong>da</strong> há um gran<strong>de</strong> montante <strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>s sobre os reaisinteresses <strong>de</strong> <strong>Natterer</strong>, durante suas viagens, sendo forçosa uma avaliação interdisciplinarque leve em conta não somente as informações históricas, mas, um conjunto <strong>de</strong> fatoresligados às ciências humanas (et<strong>no</strong>-história, linguística e história <strong>da</strong>s ciências). Esse autorconfronta, por exemplo, a correspondência por ele manti<strong>da</strong> <strong>no</strong> âmbito íntimo (com seuirmão Joseph) com o oficial (com Schreibers), as quais – ao seu modo – narram estadosdiferentes <strong>de</strong> conversação. Nesse sentido, Montez tem se <strong>de</strong>dicado à análise e interpretação<strong>de</strong> amplo material documental, ain<strong>da</strong> inédito e não há nenhuma dúvi<strong>da</strong> <strong>de</strong> que muitos <strong>de</strong>seus resultados possam ser <strong>no</strong>tavelmente aproveitados para o campo <strong>da</strong>s ciências naturais.Todo o contexto vivenciado mais uma vez se mostra valioso para a eluci<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhesque costumam fugir <strong>da</strong>s obras mais gerais, biográficas e compilatórias.101 Um alerta aqui é necessário. As espécies Piculus leucolaemus e Celeus grammicus têmsua autoria explicitamente atribuí<strong>da</strong> a seu irmão Joseph, em coautoria com Malherbe(Malherbe, 1845: originalmente “Jos.<strong>Natterer</strong> & Malherbe”).90

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