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História da ornitologia no Paraná. Período de Natterer, 1

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Jaguariaíva, acabando por atingir os limites com São Paulo(Itararé) em janeiro <strong>de</strong> 1829.Percebe-se que o itinerário percorrido por Sellow <strong>no</strong>sul do Brasil merece distinção frente a todos os que foramseguidos por outros naturalistas contemporâneos. Ele foi oúnico a conhecer por inteiro o trecho paranaense docaminho do Viamão, entre as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Rio Negro eItararé. Se não bastasse, também foi o único naturalistacorajoso o suficiente para a<strong>de</strong>ntrar pelos chamados “campos<strong>de</strong> Guarapuava” que, por séculos, foram consi<strong>de</strong>radosextremamente perigosos <strong>de</strong>vido aos constantes ataques dosíndios. Saint Hilaire, com quem manteve laços <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>e, inclusive, em cuja companhia viajou pelo interior <strong>de</strong> SãoPaulo, assim se refere à condição (Saint-Hilaire, 1940:283):“Os campos <strong>de</strong> Guarapuava, que o coronel DIOGO tinhacolonizado em parte, constituíam, então, objeto <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s asconversações. Dar-me-ia gran<strong>de</strong> prazer visitá-los, mas asdificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> viagem me amedrontraram”.Do magnífico legado <strong>de</strong> Sellow, obtido sob esforçosinimagináveis 190 , po<strong>de</strong>-se afirmar ter sido composto porrepresentações <strong>de</strong> vários campos do conhecimento, sejam191elas geológicas , geográficas, meteorológicas,astronômicas, antropológicas, zoológicas e principalmentebotânicas (Marchiori & Durlo, 1998). Adicionam-se aqui assuas coleções paleontológicas, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s como os190 Aqui um comentário especial, que mais uma vez ilustra a obstinação dos naturalistasviajantes quando <strong>de</strong> suas pe<strong>no</strong>sas viagens empreendi<strong>da</strong>s pelo interior do Brasil. O assuntofoi abor<strong>da</strong>do rapi<strong>da</strong>mente <strong>no</strong> volume anterior (“Como foi feita esta obra”), mas éinteressante relembrar algumas palavras <strong>de</strong> Papávero (1971:76). Quando <strong>de</strong> sua esta<strong>da</strong> <strong>no</strong>litoral <strong>de</strong> Santa Catarina, após uma longa peregrinação pelas terras sulinas, FriedrichSellow encontrava-se em Lages quando <strong>de</strong>ixou ali, por algum tempo as mulas <strong>de</strong>scansando(!), enquanto empreendia <strong>no</strong>va viagem rumo a Florianópolis e, então, <strong>no</strong>vamente ao Rio <strong>de</strong>Janeiro. A condição, se não curiosa, é surpreen<strong>de</strong>nte, consi<strong>de</strong>rando-se o vigor físico <strong>de</strong>sseanimais e a incansável <strong>de</strong>dicação do gran<strong>de</strong> naturalista alemão.191 Segundo Borba & Courat (1975) e Maack (1981), Sellow é consi<strong>de</strong>rado um dosprecursores <strong>da</strong> Geologia brasileira, graças à sua coleção com mais <strong>de</strong> 2000 amostras,obti<strong>da</strong>s <strong>no</strong> Brasil entre 1814 e 1831, to<strong>da</strong>s atualmente <strong>no</strong> Museu <strong>de</strong> Berlim. Mais <strong>de</strong>talhessobre sua participação nas geociências estão em Landsberg (1996).176

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