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História da ornitologia no Paraná. Período de Natterer, 1

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caberia o termo “Comarca” 212 . No texto explicativo, Debret(1834-1839:36) refere-se – <strong>de</strong> fato – à “les villagesd‘Itapéva et <strong>de</strong> Carros...”. Além disso, tal imagem <strong>de</strong>veprontamente ser <strong>de</strong>scarta<strong>da</strong> <strong>da</strong> ico<strong>no</strong>grafia paranaense (emesmo paulista!), haja vista que um grupo <strong>de</strong> pessoasidêntico a esse, inclusive na postura, aparece retratado sobmesmas condições na obra “Forêt vierge: Les bords duParahÿba” (Debret, 1834-1839, vol.1, p.1), indicando que ainspiração viria <strong>de</strong> outra região, muito distante <strong>da</strong>li.Por outro lado, a figura “Porto <strong>de</strong> Jaguariaíva”(Ban<strong>de</strong>ira & Lago, 2008:283) parece bem próxima <strong>da</strong>reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, inclusive mostrando o relevo coli<strong>no</strong>so e apresença <strong>de</strong> pinheiros-do-paraná (Araucaria angustifolia) <strong>no</strong>cenário; o mesmo po<strong>de</strong>-se afirmar <strong>de</strong> “Curitiba” (Ban<strong>de</strong>ira& Lago, 2008:288) que, inclusive mostra, ao fundo, a Serrado Mar em aparência muito condizente com ascaracterísticas orográficas locais.To<strong>da</strong>s essas questões <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> voltam-sesinergicamente a um terceiro problema do acervo <strong>de</strong> Debret:o presencial. Ocorre que tais inconsistências são exatamenteas mesmas causas para que se passasse, há já muitasdéca<strong>da</strong>s, a suspeitar sobre o real itinerário percorridodurante sua viagem ao Brasil. Segundo Trin<strong>da</strong><strong>de</strong> (2008), elesequer teria se afastado muito do Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong> osafazeres políticos e logísticos para a criação <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>miaImperial <strong>de</strong> Belas Artes o impediam <strong>de</strong> realizar gran<strong>de</strong>sviagens. Embora Debret <strong>de</strong>ixe subentendido (e, em algumaspassagens, explícito) que teria visitado várias regiõesbrasileiras, <strong>de</strong>ntre elas o <strong>Paraná</strong>, suas pinturas <strong>de</strong>stes locais212 Des<strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1821, o que se chamava <strong>de</strong> capitania passou a ser <strong>de</strong><strong>no</strong>minadoprovíncia, subdividi<strong>da</strong> em comarcas. Curitiba, na época, era a se<strong>de</strong> <strong>da</strong> “Quinta Comarca <strong>da</strong>Província <strong>de</strong> São Paulo”. No texto explicativo ao <strong>de</strong>senho citado (Debret, 1834-1839:36)realmente escreve “province <strong>de</strong> S.Paul, Comarque <strong>de</strong> la Coritiba” e seu conhecimento <strong>de</strong>causa, sobre as subdivisões políticas brasileiras é indiscutivelmente expresso nas suas“Notes geographiques” (Debret, 1834-1839, vol.2:6-13).200

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