11.07.2015 Views

História da ornitologia no Paraná. Período de Natterer, 1

História da ornitologia no Paraná. Período de Natterer, 1

História da ornitologia no Paraná. Período de Natterer, 1

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O conteúdo <strong>de</strong>sse material era <strong>no</strong>tavelmentediversificado e, por vezes, curioso. Em carta en<strong>de</strong>reça<strong>da</strong> aautori<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais <strong>no</strong> Mato Grosso (Schmutzer, 2007), faz<strong>Natterer</strong> um pedido estranho <strong>de</strong> colaboração:S.M. o Imperador <strong>de</strong> Austria houve por bemenviar me para estas terras remotas parafazer collecções <strong>da</strong>s diversas producções <strong>da</strong>natureza <strong>de</strong>ste vasto paiz, juntamente com asarmas enfeitos e outros trastes dos indiossilvestres, accompanhado com o esquelletto<strong>da</strong>s cabeças <strong>de</strong> alguns d'elles, para ver adifferença na estructura do cranio. Por estarazão peço a V.S., que <strong>no</strong> caso, que aconteçaser mortos alguns Cabexis em algumabalroa<strong>da</strong>, man<strong>da</strong>r cortar a cabeça a hum oudous indios ja feito homens, man<strong>da</strong>r tirar osmiolos sem molestar o casco e secarllas pertodo fogo para não podrecer muito‖ 111 .Curiosamente, foi apenas e precisamente quandoestava em Curitiba que <strong>Natterer</strong> passou a <strong>de</strong>spertar certointeresse pelas culturas indígenas brasileiras, o que –futuramente – <strong>no</strong>rteou gran<strong>de</strong>mente suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>observador e linguista. Isso graças ao auxílio <strong>de</strong> uma jovemíndia camé 112 <strong>de</strong> Guarapuava, que o auxiliou nas a<strong>no</strong>tações<strong>de</strong> certas palavras.Seu interesse pela et<strong>no</strong>zoologia não se limitou aosindígenas, mas também esten<strong>de</strong>u-se pela <strong>no</strong>menclaturavernácula zoológica. Além <strong>de</strong> todo o trabalho <strong>de</strong>111 Segundo Schmutzer (2007), <strong>Natterer</strong> falava razoavelmente o português, provavelmenteamparado por um dicionário francês-português que carregava consigo. Também apren<strong>de</strong>ra<strong>no</strong>ções <strong>de</strong> várias línguas indígenas, graças ao auxílio <strong>de</strong> seus companheiros <strong>de</strong> viagem,contratados <strong>no</strong>s locais por on<strong>de</strong> passava.112 Essa índia, segundo seus diários, chamava-se Ninschirin (ou Rufina, como trata<strong>da</strong> apóso batismo católico) e “pertencia” ao juiz que o acolheu naquela ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Há aqui uma certasemelhança com Saint Hilaire mas, pelas indicações <strong>da</strong> localização geográfica dosrespectivos anfitriões, as fontes parecem ter sido distintas.108

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!