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História da ornitologia no Paraná. Período de Natterer, 1

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Apesar <strong>de</strong>ssas limitações, po<strong>de</strong>-se i<strong>de</strong>ntificar, comgran<strong>de</strong> precisão, os locais visitados e percursos <strong>de</strong> amboscoletores, levando-se em consi<strong>de</strong>ração a impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>coincidência <strong>de</strong> <strong>da</strong>tas em locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s bastante distancia<strong>da</strong>s.A investigação <strong>de</strong> seu itinerário <strong>no</strong> <strong>Paraná</strong>, aliás, tem umacontingência importante: embora tenha a viagem seestendido entre 1820 e 1821, não há nenhum mês que serepita <strong>no</strong> intervalo entre esses dois a<strong>no</strong>s.Durante sua peregrinação pelo estado <strong>de</strong> São Paulo,<strong>Natterer</strong> e Sochor saíram <strong>de</strong> “Ypanema” em 15 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong>1820, chegando a “Fachina Velha” (4 <strong>de</strong> agosto), “Fazen<strong>da</strong>Nova” (5 <strong>de</strong> agosto) e “Fazen<strong>da</strong> do Rio Ver<strong>de</strong>” (6 a 7 <strong>de</strong>agosto). No dia 10 <strong>de</strong>ste mês estabeleceram-se em “Ytararé”(até 7 <strong>de</strong> setembro), aproveitando para visitar a locali<strong>da</strong><strong>de</strong>limítrofe <strong>de</strong> “Delgado” (14 <strong>de</strong> agosto) 66 .66 Essa <strong>de</strong>signação foi por muitos a<strong>no</strong>s enigmática e, <strong>de</strong>sta forma, houveram gran<strong>de</strong>sdificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para uma localização precisa, visto que não é menciona<strong>da</strong> em Derby (1898),Moreira (1975) tampouco em outras fontes geográficas disponíveis. Além disso, o local foivisitado apenas quatro dias <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> expedição <strong>Natterer</strong> chegar a Itararé, portanto quasetrês semanas antes <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> <strong>de</strong>finitiva ao território paranaense. Pouco aju<strong>da</strong>ram as pistasofereci<strong>da</strong>s por Vanzolini (1992:65): “Delgado, SP (sic) [...] In <strong>Paraná</strong>, near the São Paulobor<strong>de</strong>r” ou <strong>de</strong> Vanzolini (1993:23): “...excursão saindo <strong>de</strong> Itararé. Agora Corisco, <strong>no</strong>estado do <strong>Paraná</strong> (informação <strong>da</strong> Prefeitura <strong>de</strong> Itararé), <strong>no</strong> caminho <strong>de</strong> Morungava, on<strong>de</strong><strong>Natterer</strong> realmente esteve...”. Salto Corisco é o <strong>no</strong>me <strong>de</strong> uma cachoeira muito explora<strong>da</strong>localmente para turismo <strong>de</strong> aventura; fica a 10 km a sul <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Itararé, mas já <strong>de</strong>ntrodos limites paranaenses (24°12‟45,00”S/49°21‟38,44”W). Apenas recentemente,informações robustas sobre sua localização foram colhi<strong>da</strong>s in situ por Tony A. Bichinski(2012, in litt.) por meio <strong>de</strong> entrevistas com moradores dos municípios <strong>da</strong>quela região econsulta a documentos variados. Delgado é, na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, “Passo Delgado”, um ponto, aolongo do rio Itararé, em que a travessia fluvial ficaria facilita<strong>da</strong>, permitindo a transposiçãopelos numerosos grupos <strong>de</strong> tropeiros que para ali convergiam quando <strong>de</strong> suas viagens paratransporte <strong>de</strong> gado e outros animais. A <strong>de</strong><strong>no</strong>minação vem <strong>de</strong> uma família que, segundoconsta, teria ali uma proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> que servia <strong>de</strong> pouso aos viajantes. Esse indicativo po<strong>de</strong>ser confirmado pela existência <strong>de</strong> um local chamado “P.Delgado”, mencionado <strong>no</strong> mapa<strong>de</strong> Santos (1923) e situado a cerca <strong>de</strong> 10 km a <strong>no</strong>rte (a montante <strong>da</strong> foz do rio Jaguaricatu)<strong>de</strong> on<strong>de</strong>, atualmente, está a ponte sobre o rio Itararé, na rodovia SP-259+PR-151. Concluise,então, que <strong>Natterer</strong>, uma vez estabelecido em Itararé, tenha realizado várias incursõespelas imediações, inclusive visitado o rio Itararé, que ali faz divisa estadual. Não há, <strong>no</strong>entanto, indícios <strong>de</strong> que o tenha va<strong>de</strong>ado e, ao me<strong>no</strong>s nesse momento, visitadotemporariamente o <strong>Paraná</strong>. Naquela época, a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> paranaense ali existente era afazen<strong>da</strong> Limoeiro, situa<strong>da</strong> <strong>no</strong> interflúvio entre os rios Jaguaricatu e Jaguariaíva e que tinhacomo limite <strong>no</strong>rte o rio Itararé (Lopes, 2002).62

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