PLANO ESTRATÉGICO DO TURISMO NÁUTICO NA BAÍA DE TODOS-OS-SANTOSSECRETARIA DE TURISMO DA BAHIAA experiência portuguesa para a promoção <strong>do</strong>turismo náutico traz a ideia defendida por algunsautores ao considerar a fórmula “valor x esforço” nodesenvolvimento da atividade turística. O sistema,então, se tor<strong>na</strong>rá mais competitivo quan<strong>do</strong> o “valor” forsuperior ao “esforço”, ten<strong>do</strong> em vista que ambos sãoinversamenteproporcio<strong>na</strong>is. Assim:· Valor é o resulta<strong>do</strong> da soma das experiências,emoções bem como da qualidade <strong>do</strong>s serviçospresta<strong>do</strong>s nodestinovivi<strong>do</strong>speloturista .· Esforço é a soma de to<strong>do</strong>s os incômo<strong>do</strong>ssofri<strong>do</strong>s pelo turista no destino ou antes de sechegar a ele, bem como <strong>do</strong> preço pago e <strong>do</strong> tempogasto nosdeslocamentos .1615As commodities continuam assumin<strong>do</strong> um papelde extrema relevância no contexto da economiaglobal, todavia, no atual modelo de merca<strong>do</strong>, a“experiência” adquire umvalor importantíssimo noprocesso <strong>do</strong> sistema econômico, sen<strong>do</strong> um de seusagentes.Toda essa discussão remete-se ao conceito de“Economia da Experiência” defendi<strong>do</strong> pelos autoresPine II e Gilmore noqual aexperiênciasignifica mais<strong>do</strong>que entreter os consumi<strong>do</strong>res, trata-se de envolvê-los,crian<strong>do</strong> uma conexão pessoal com os mesmos. Osreferi<strong>do</strong>s autores ainda apresentam interessanteabordagem sobre as diferenças entre bens, serviços e aexperiência. Paraeles:· Os bens são tangíveis e os serviços sãointangíveiseasexperiênciassão memoráveis;· Os bens são relacionáveis e os serviços sobdemanda, todaviaasexperiênciasdes<strong>do</strong>bramseaolongo<strong>do</strong>tempo;· E por fim, os bens são padronizáveis e osserviços perso<strong>na</strong>lizáveis, mas as experiênciassãopessoais.Relação Esforço X ValorSistema de ValorFonte: <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> Náutico <strong>na</strong> Baía de To<strong>do</strong>s-os-Santos15 e 16. Produtos Estratégicos para o Desenvolvimento <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> em Portugal: <strong>Turismo</strong> Náutico.70
PLANO ESTRATÉGICO DO TURISMO NÁUTICO NA BAÍA DE TODOS-OS-SANTOSSECRETARIA DE TURISMO DA BAHIANesse senti<strong>do</strong>, no intuito de maximizar asexperiências ou o “valor” vivi<strong>do</strong> pelos turistas quechegarão à <strong>BTS</strong> e minimizar os esforços gastos por elesno processo de viagem, deve-se atentar para a definição<strong>do</strong>sseguintesaspectos:A fórmula valor X esforço é uma ferramenta útilpara determi<strong>na</strong>r to<strong>do</strong>s os elementos que formam osistemadevalor:Fórmula Valor x Esforçoa) Osrelacio<strong>na</strong><strong>do</strong>sao“Valor”:· Experiências – tu<strong>do</strong> que o turista (náutico)experimenta nodestino, significan<strong>do</strong>o “viverolugar”. Aqui, encontra-se o entretenimento esuas categorias: educação, entretenimento,escapismoeestético.· Emoções – em grande medida resulta<strong>do</strong> dasexperiências, diz respeito aos sentimentos, aoatender às expectativas de cada turista,transmitir-lhe segurança, fazê-lo sentir-seacolhi<strong>do</strong> e sacia<strong>do</strong> quanto aos seus desejosrelacio<strong>na</strong><strong>do</strong>sao lugar.· Qualidade <strong>do</strong>s Serviços – resposta àexpectativa <strong>do</strong>s turistas no que se refere ainfraestrutura, qualidade de atendimento eacessibilidade aos diversos serviços <strong>do</strong> sistematen<strong>do</strong> em vista o padrão de qualidadepreviamenteestabeleci<strong>do</strong>.b) Osrelacio<strong>na</strong><strong>do</strong>sao“Esforço”:· “Incomodidades” - todas as situações quepodem gerar desconforto físico ou emocio<strong>na</strong>lpara o turista que podem estar relacio<strong>na</strong>das àinfraestrutura, aos serviços, ao ambiente<strong>na</strong>tural ouantrópico.· Inseguranças – também podem ser físicas ouemocio<strong>na</strong>is, relacio<strong>na</strong>m-se também ànecessidade de boas condições deinfraestrutura, presença <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>na</strong> garantiade segurança pública e aos marcos legais queproporcionemsegurança nosserviços.· Preço Pago ou a relação custo/benefício daviagem. A qualidade <strong>do</strong>s bens e serviços devecorresponder ou ficar acima das expectativas<strong>do</strong>sturistas náuticos.Fonte de da<strong>do</strong>s: 10 Produtos Estratégicos para o desenvolvimento <strong>do</strong> turismo em Portugal:<strong>Turismo</strong> Náutico , 2006No contexto <strong>do</strong> “valorx esforço” cabe observare montarestratégias para todas as etapas <strong>do</strong> processo de decisão<strong>do</strong> turista náutico para tentarenvolvê-loe fidelizá-lo nodestino “<strong>BTS</strong>”. Nesse senti<strong>do</strong>, vislumbra-se noreferenda<strong>do</strong>processoquatrofases:Fases <strong>do</strong> Sistema de ValorFonte de da<strong>do</strong>s: 10 Produtos Estratégicos para o desenvolvimento <strong>do</strong> turismo emPortugal: <strong>Turismo</strong> Náutico , 2006· Preparação é o primeiro elo da cadeia, poisengloba as atividades, procedimentos e agentes queintervêm no processo de procura de informação prévia,de reserva e de compra da viagem pelo cliente. Aspectosimportantes: postos de informação turística, portalvirtual, agências de viagens, opera<strong>do</strong>res turísticos,centrais de reserva, material promocio<strong>na</strong>l, associaçõesde classe. Apesar da forte presença <strong>do</strong> setor priva<strong>do</strong>, aadministração pública tem um papel notável através dapromoção<strong>do</strong>destinoalémda infraestrutura local.· Chegar a acessibilidade é fundamental. Opoder público tem um papel importantíssimo nessesenti<strong>do</strong> através da diversificação e conservação <strong>do</strong>sistemadetransporte.· Estar relacio<strong>na</strong>-se à utilização <strong>do</strong>s serviçoscomo alojamento, restaurantes, serviços de informaçãoturística, segurança, telecomunicações.Responsabilidade compartilhada especialmente entreosetorpúblicoeosetorpriva<strong>do</strong>.· Viver constitui o núcleo da viagem e <strong>do</strong> valorofereci<strong>do</strong> ao turista e está intrinsecamente liga<strong>do</strong> ato<strong>do</strong>s os aspectos mencio<strong>na</strong><strong>do</strong>s acima, bem como aqualidadeesingularidadedasexperiênciasqueelepodeviver.71