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Patriotas e traidores - Fundação Perseu Abramo

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98 PATRIOTAS E TRAIDORESAh, é verdade, não estou esquecendo o “progresso constante, deera para era, da vinda do reino de Deus e da virtude”. “De era para era”– é verdade, é uma boa descrição daquele passo enlouquecido. Eu (acreditoque nem as Montanhas Rochosas) não estarei aqui para testemunharsua chegada, mas está tudo bem – ele há de chegar, com todacerteza. Mas você não pode ficar ironicamente se desculpando em nomeda Deidade. Se o progresso há de chegar, deve-se inferir que Ele querque chegue; portanto não é generoso de sua parte, e eu me ofendo aover você lançar sarcasmos sobre o seu passo. Ainda assim eu não seriajusto se não reconhecesse que os sarcasmos são merecidos. Quando aDeidade quer uma coisa e, depois de ter trabalhado por essa coisa durante“eras e eras”, não é capaz de mostrar progresso ínfimo visandosua realização é... Bem, a gente não ri, mas somente por não ter coragem.A fonte da “virtude” é o coração? É. E movida e dirigida pelocérebro? É. A história e a tradição confirmam que o coração é mais oumenos o que era no início; não houve nem mesmo a sombra de umamudança. Seus impulsos bons e maus e suas conseqüências são hojeos mesmos que havia nos antigos tempos da Bíblia, nos tempos doEgito, nos tempos dos gregos, na Idade Média e no século XX. Nãohouve mudanças.Enquanto isso, o cérebro não sofreu mudança alguma. É o quesempre foi. Existem alguns bons cérebros e uma multidão de fracos.Foi assim nos tempos bíblicos e em todos os outros tempos – gregos,romanos, medievais e no século XX. Entre os selvagens – todos os selvagens– o cérebro médio é tão competente quanto o cérebro médioaqui e em todo lugar. Um dia eu o provo a você. E também há entreeles grandes cérebros. Eu provo isso também, se você quiser.Bem, o século XIX trouxe progresso – o primeiro progresso depoisde “eras e eras” –, um progresso colossal. Em quê? Materialidades. Fizeram-seaquisições maravilhosas em coisas que aumentam o confortode muitos e tornam mais difícil a vida de outros tantos. Mas e oaumento da virtude? É possível descobri-lo? Acho que não. Asmaterialidades não foram inventadas em benefício da virtude; imaginoque seja muito difícil demonstrar que por causa das materialidades

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