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Relatório Anual - 2002 - Banco de Portugal

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Capítulo II Economia Portuguesa II.2. Política OrçamentalEm <strong>2002</strong>, numa base <strong>de</strong> especialização doexercício, as receitas <strong>de</strong> capital aumentaram21.7 por cento, após o crescimento <strong>de</strong> 23.4 porcento verificado em 2001, exce<strong>de</strong>ndo os valoresregistados numa óptica <strong>de</strong> caixa em cerca <strong>de</strong>200 milhões (Quadro II.2.5).As <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> capital em <strong>2002</strong> caíram 14.2por cento, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terem aumentado 21.6 porcento em 2001.Em rácio do PIB as <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong>capital diminuíram 1.0 p.p. <strong>de</strong> 2001 para <strong>2002</strong>.Esta evolução foi comum à FBCF e às outras<strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> capital que apresentaram <strong>de</strong>créscimosmuito significativos.De notar, no entanto,que os valores <strong>de</strong> uma e outra foram muitoafectados pelos efeitos <strong>de</strong> medidas pontuais tomadasno final do ano: a alienação da re<strong>de</strong> fixa<strong>de</strong> telecomunicações à PT, que abate à FBCF, ea venda do direito à reintrodução <strong>de</strong> portagensna CREL, que entra com sinal negativo na aquisiçãolíquida <strong>de</strong> activos não financeiros nãoproduzidos (incluída nas outras <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong>capital).Adicionalmente, as vendas <strong>de</strong> edifíciose terrenos situaram-se a um nível mais elevadodo que nos anos anteriores, contribuindopara a redução das <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> capital, emContas Nacionais.Excluindo, pela sua natureza extraordinária,as medidas pontuais acima referidas e a diferença,em percentagem do PIB, entre as vendas<strong>de</strong> edifícios e terrenos em <strong>2002</strong> relativamentea 2001, a FBCF aumentou 3.0 por cento eas outras <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> capital diminuíram 20.2por cento, respectivamente.Para o comportamentoda FBCF, em <strong>2002</strong>, terão contribuído significativamenteos cortes no investimento nãocomparticipado pela UE a nível da administraçãocentral, em particular do Estado.Pelo contrário,o investimento da administração regionale local terá registado um crescimento próximo<strong>de</strong> 5 por cento.De referir, finalmente, a diminuiçãoem cerca <strong>de</strong> 0.1 p.p. do PIB dos aumentos<strong>de</strong> capital em empresas cronicamente<strong>de</strong>ficitárias, com recurso a receitas <strong>de</strong> privatizações,registadas em Contas Nacionais comotransferências <strong>de</strong> capital.As evoluções muito diferenciadas da receitae <strong>de</strong>spesa <strong>de</strong> capital traduziram-se, em <strong>2002</strong>,numa melhoria do saldo <strong>de</strong> capital <strong>de</strong> 1.3 p.p.do PIB (<strong>de</strong> -4.0 para -2.7 por cento). Corrigindoo saldo <strong>de</strong> capital dos efeitos das medidas extraordináriasacima referidas, a melhoria observadafoi <strong>de</strong> 0.7 p.p. do PIB. A diminuiçãodas transferências <strong>de</strong> capital para empresas públicasexplica cerca <strong>de</strong> 0.1 p.p. <strong>de</strong>sta melhoria.A parcela restante da diminuição do défice <strong>de</strong>capital (0.6 p.p. do PIB) <strong>de</strong>verá ter resultado <strong>de</strong>uma redução muito pronunciada do investimentodas administrações públicas não comparticipadopela UE.No entanto, é <strong>de</strong> notarque, num ano <strong>de</strong> elevado crescimento dastransferências <strong>de</strong> capital da UE, a aplicação doprincípio da neutralida<strong>de</strong> dos fundos implicouum crescimento compatível da <strong>de</strong>spesa <strong>de</strong> capitalassociada aos projectos co-financiados.Tal <strong>de</strong>terminou, por si só, um contributo nosentido do agravamento do saldo <strong>de</strong> capital.Amelhoria <strong>de</strong>ste saldo tem implícita, por isso,uma contracção muito substancial do investimentonão co-financiado que não é possívelquantificar com a informação disponível.II.2.6. Dívida públicaA dívida bruta consolidada das administraçõespúblicas cifrou-se, no final <strong>de</strong> <strong>2002</strong>, em75086 milhões, que compara com 68314 milhõesno final do ano anterior (Quadros II.2.8 eII.2.9). O Quadro II.2.6 apresenta a relação entreo défice e a variação da dívida bruta consolidadadas administrações públicas, calculada<strong>de</strong> acordo com o procedimento dos défices excessivos.Em<strong>2002</strong>, a variação da dívida públicaexce<strong>de</strong>u o défice em 3169.6 milhões, em particular<strong>de</strong>vido à acumulação significativa <strong>de</strong> activosdas administrações públicas ( 2814.7 milhões).Estavariação positiva nos activos resultou,em larga medida, <strong>de</strong> um aumento dos <strong>de</strong>pósitos( 1547.9 milhões) e das acções e outrasparticipações <strong>de</strong>tidas pelas administrações públicas( 611.7 milhões). Em ambos os casos, estesvalores são influenciados pelas dotações <strong>de</strong>capital aos hospitais constituídos em empresaspúblicas, no âmbito do processo <strong>de</strong> empresarializaçãorealizado em Dezembro <strong>de</strong> <strong>2002</strong>, queimplicaram a emissão <strong>de</strong> dívida pública semter sido efectuado o respectivo pagamento atéao final do ano ( 897.8 milhões). Assim, emcontrapartida, a rubrica “transacções em ou-<strong>Banco</strong> <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> / Relatório <strong>Anual</strong> <strong>de</strong> <strong>2002</strong> 97

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