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Relatório Anual - 2002 - Banco de Portugal

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Capítulo II Economia Portuguesa II.9. Financiamento da EconomiaEm percentagem do PIB25.020.015.010.05.00.0-5.0Gráfico II.9.3TAXAS DE POUPANÇA DOS SECTORESINSTITUCIONAISEm percentagem do PIBPoupança internaSector financeiroAdministrações públicasParticulares1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 <strong>2002</strong>Fontes: INE e <strong>Banco</strong> <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>.Empresas não financeirasPIB, a taxa <strong>de</strong> poupança dos particulares passou<strong>de</strong> 8.1 para 8.6 por cento (<strong>de</strong> 11.8 para 12.4por cento do rendimento disponível), aumentandopelo terceiro ano consecutivo, e a sua capacida<strong>de</strong>líquida <strong>de</strong> financiamento registouum acréscimo <strong>de</strong> 2.3 para 3.0 por cento do PIB.As <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> poupança <strong>de</strong>ste sector institucionalterão sido também condicionadas pelofacto <strong>de</strong> as famílias terem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reservaruma parcela crescente do seu rendimentodisponível para amortizar empréstimos contraídosanteriormente, sobretudo para aquisição<strong>de</strong> habitação.No sector das empresas não financeiras, asperspectivas pouco favoráveis sobre a procura,especialmente a procura interna, ter-se-ão reflectido,em <strong>2002</strong>, num abrandamento do investimentomais acentuado do que no anoanterior. Existe também evidência <strong>de</strong> que o investimentoem construção das empresas não financeirasque realizam obras públicas tenhaabrandado significativamente. Apesar da reduçãoregistada na poupança corrente das empresasnão financeiras, que po<strong>de</strong> em parte estarassociada a um menor crescimento dos lucros,em especial no sector exportador, a necessida<strong>de</strong>líquida <strong>de</strong> financiamento do sector reduziu-se<strong>de</strong> 7.8 para 7.1 por cento do PIB, mantendo-se,contudo, a um nível muito elevado.Em <strong>2002</strong>, a necessida<strong>de</strong> líquida <strong>de</strong> financiamentodas administrações públicas foi <strong>de</strong> 2.8por cento do PIB, que compara com um valor<strong>de</strong> 4.3 por cento no ano anterior (2) . A reduçãodo défice das administrações públicas resultousobretudo da implementação <strong>de</strong> um conjunto<strong>de</strong> medidas cujos efeitos são temporários, nomeadamenteo programa <strong>de</strong> regularização extraordinária<strong>de</strong> dívidas fiscais, a venda da re<strong>de</strong>fixa <strong>de</strong> telecomunicações à concessionária e avenda do direito à reintrodução <strong>de</strong> portagensna Circular Regional Exterior <strong>de</strong> Lisboa(CREL) (3) .No que respeita às operações financeiras,em <strong>2002</strong>, <strong>de</strong>stacou-se a redução do fluxo líquidodos <strong>de</strong>pósitos captados pelo sector financeirojunto dos sectores privados resi<strong>de</strong>ntes, apenasparcialmente compensados pelos <strong>de</strong>pósitosdas administrações públicas. Esta evoluçãodos <strong>de</strong>pósitos ter-se-á <strong>de</strong>vido, por um lado, aoabrandamento da procura <strong>de</strong> moeda por motivotransacção, relacionado com a <strong>de</strong>saceleraçãoda activida<strong>de</strong> económica. Por outro lado, amanutenção das taxas <strong>de</strong> juro, nominais e reais,a níveis historicamente baixos terá <strong>de</strong>slocadoas aplicações <strong>de</strong> poupança para instrumentosalternativos aos <strong>de</strong>pósitos como, por exemplo,seguros e fundos <strong>de</strong> pensões. Existe também algumaevidência, especialmente no caso dos <strong>de</strong>pósitos<strong>de</strong> emigrantes, que em <strong>2002</strong> continuarama reduzir-se significativamente, <strong>de</strong> que tenhavoltado a ocorrer alguma <strong>de</strong>slocalizaçãopara instituições bancárias não resi<strong>de</strong>ntes, emborapertencentes ao perímetro <strong>de</strong> consolidaçãodos grupos bancários portugueses.O crédito concedido pelo sector financeiroregistou também, em <strong>2002</strong>, um fluxo líquido significativamenteinferior ao do ano anterior,que terá resultado do abrandamento da activida<strong>de</strong>económica, em especial da redução do investimentoem capital fixo das empresas. Comefeito, o fluxo líquido do crédito a empresas(2) Estes valores foram obtidos numa base <strong>de</strong> Contas NacionaisSEC95 diferindo, em <strong>2002</strong> e em 2001, em 0.04 e 0.06pontos percentuais, respectivamente, dos valores apresentadosna secção II.2. Política Orçamental, apurados <strong>de</strong>acordo com a notificação do procedimento dos défices excessivos<strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 2003 (ver nota (a) do Quadro II.9.1).(3) Ver secção II.2. Política Orçamental.<strong>Banco</strong> <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> / Relatório <strong>Anual</strong> <strong>de</strong> <strong>2002</strong> 221

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