Relatório Anual - 2002 - Banco de Portugal

Capítulo II Economia Portuguesa II.3. Despesa e ProduçãoQuadro II.3.2PRODUTO INTERNO BRUTOÓPTICA DA DESPESAGráfico II.3.3INDICADOR COINCIDENTEDO CONSUMO PRIVADOTaxas de variação homóloga em volume1ºsem.20012ºsem.20011ºsem.20022ºsem.2002PIB................. 2.6 0.8 1.3 -0.5Consumo privado. ... 1.7 0.4 0.6 0.1FBCF ............... -1.6 2.1 -1.7 -8.8Procura interna ...... 1.3 1.5 0.5 -1.6Exportações ......... 4.6 -0.8 2.4 2.4das quais:mercadorias ...... 5.2 -1.4 1.7 2.5Importações ......... 0.6 1.6 -0.1 -1.2das quais:mercadorias ...... 1.1 2.8 -0.3 -1.4Taxas de variação homóloga (em percentagem)76543210-1-21987 1990 1993 1996 1999 2002II.3.2. DespesaII.3.2.1. Consumo privadoEm 2002, o consumo privado manteve a tendênciade abrandamento observada nos doisanos anteriores, crescendo 0.4 por cento em termosreais, após um crescimento de 1.0 por centoem 2001 e 2.9 por cento em 2000. A indicaçãode desaceleração do consumo privado é fornecidapor um conjunto amplo de indicadores. Oindicador coincidente do consumo privado(Gráfico II.3.3), apresentou uma variação nulaem 2002, após um crescimento de 2.1 por centoem 2001. O índice de volume de vendas no comércioa retalho (que não abrange as vendas deveículos automóveis e de combustíveis) desacelerousubstancialmente face ao verificado noano anterior, tendo crescido em termos nominais1.6 por cento em 2002 (6.1 por cento em2001). Dada a evolução dos preços dos produtosabrangidos por este indicador, a variaçãoreal deste índice em 2002 deverá ter sido aproximadamentenula.O consumo de bens duradouros, tradicionalmentemais sensível ao ciclo económico,apresentou uma queda significativa em 2002. Acomponente de bens duradouros do índice devolume de negócios no comércio a retalho(onde não estão considerados os automóveis)cresceu apenas 0.8 por cento em termos nominais(3.3 por cento em 2001). Por sua vez, a despesade consumo em aquisição de automóveisapresentou uma queda pronunciada, comopode ser ilustrado pelo número de veículos automóveisvendidos, que diminuiu 11.4 por centoem 2002, após uma queda de 12 por cento em2001 (2) .O consumo de serviços deverá ter apresentadoum crescimento positivo moderado, inferiorao verificado em 2001, embora superior aodo consumo de bens, reflectindo um abrandamentogeneralizado em diversos serviços. Refira-se,em particular, os serviços de comunicaçõesque, após os fortes crescimentos em anosanteriores (superiores a 20 por cento em 2000 e2001), registaram uma desaceleração significativaem 2002, crescendo 4.4 por cento em termosreais. As despesas com seguros e fundosde pensões também apresentaram uma variaçãomuito inferior à do ano anterior, tendo atédiminuído em volume (-0.8 por cento em 2002,após um crescimento de 3.0 por cento em 2001).O abrandamento do consumo privado foiacompanhado de uma redução continuada do(2) Recorde-se, no entanto, que em 2001, as vendas de automóveisligeiros de passageiros, em particular veículos todo-o-terreno,foram particularmente afectadas pelasalterações na fiscalidade sobre veículos. Não considerandoos veículos todo-o-terreno, a queda nas vendas de automóveisé mais pronunciada em 2002 (-10.2 por centoque compara com -3.6 por cento em 2001).108 Banco de Portugal / Relatório Anual de 2002